Na praça do município, o edil da Câmara Municipal da Covilhã usou da palavra para “deixar claro” que “independentemente das divergências”, é “absolutamente contra” a existência de portagens na autoestrada da Beira Interior.
Ciente das reduções que não corresponderam às expectativas, Vítor Pereira sublinha que “enquanto os índices de desenvolvimento do interior forem inferiores aos do litoral, não há razões que justifiquem a imposição de portagens nas nossas autoestradas”.
“É certo que do ponto de vista jurídico, de todos os condicionalismos que existem com a União Europeia há algumas limitações para que se consiga fazer isto de forma abrupta, mas ainda assim existirão muitas e boas razões para o fazer de forma progressiva, mas que seja de forma palpável e significativa”, afirma o autarca que também frisou como o custo das portagens “é incomportável” para famílias e empresas.
Uma ideia partilhada pelo presidente de Junta do Tortosendo, David Silva, que tem “ouvido os empresários da zona industrial daquela freguesia lamentar o que representa o grande custo das portagens nas empresas que têm deslocações diárias para fazer”, salientando que “não fosse esse peso das portagens talvez as melhorias salariais acontecessem”.
Já o presidente da União de Freguesias Cantar-Galo e Vila do Carvalho, Pedro Leitão, pede que os deputados socialistas eleitos na Assembleia da República sejam “congruentes com o muito que o PS já fez no interior” e que lutem também pela abolição.
“Eu não aceito que os deputados do PS eleitos na Assembleia da República votem o Orçamento de Estado sem, pelo menos, fazer uma declaração de voto a dizer que não aceitam que continue a haver pagamento de portagens no interior”, defende o presidente da União de Freguesias.
A Tribuna Pública contra as portagens da A23 e A25 foi levada a cabo pela Plataforma depois de ter terminado o prazo do governo para a entrega do plano de redução das portagens marcado para “o início do verão”.
O dirigente Luís Garra aponta, “o verão entrou dia 21 e ainda não veio nada, estamos a 23 e ainda não veio nada”, acrescentando que mesmo que seja apresentado o plano no primeiro semestre “significa que não está a medida legislativa aprovada para ela entrar em vigor no dia 1 de julho” e o que pode acontecer é que o plano de redução “é um plano a ser apresentado no OE de 2024 para entrar em vigor no dia 1 de janeiro de 2024”.
Por esse motivo e face às promessas de redução expostas quer pelo ministro João Galamba quer por Ana Abrunhosa, que pouco foram cumpridas, Luís Garra exige “medidas para entrarem em vigor em julho”.
“É preciso que o Governo perceba que não pode adiar isto para 1 de janeiro de 2024, tem de tomar medidas para entrarem em vigor a 1 de julho de 2023”, sublinhou, alertando que se o OE2024 não contemplar a eliminação, a Plataforma irá “reagir”.
“Acabar com as portagens é um ato de bom senso económico e de justiça para com o interior”, afirmou Luís Garra numa tribuna que contou com vários testemunhos e argumentos semelhantes.
À luta juntaram-se ainda Vítor Silva, da CDU da Covilhã, o membro da direção da Associação de Agricultores de Castelo Branco, Aníbal Cabral, um representante do Sindicato dos Transportes de Santarém, a representante do Sindicato Têxtil da Beira Baixa e o coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco que sublinha que “só com a força de todos chegaremos a bom porto”.