Confrontado pelos jornalistas, no final da visita, sobre o projeto de ampliação do serviço de Urgência, apresentado pelo Conselho de Administração durante a reunião aberta à comunicação social, Manuel Pizarro disse que a tutela está empenhada em qualificar o Hospital da Covilhã, “e as medidas que temos vindo a tomar são nesse sentido”, mas o tema da Urgência merece uma reflexão mais cuidadosa, “porque é verdade que temos necessidade de uma resposta de Urgência mais qualificada e eu não tenho a certeza que essa resposta deva ser vista pelo número.”
É que segundo o Ministro, Portugal tem o dobro das pessoas a recorrer à Urgência do que o padrão europeu.
“Em Portugal, por cada mil habitantes, há 630 episódios de Urgência por ano, o padrão da Europa é entre os 300 e os 350, cerca de metade.”
Manuel Pizarro está convencido que o problema está na forma como o sistema de saúde está organizado, “organizamos um sistema de saúde demasiado voltado para o sistema de
Urgência, o que temos de fazer é valorizar os cuidados de saúde primários e criar novas formas de acesso das pessoas aos hospitais, que passem menos pela Urgência.” O que não significa, acrescentou, que não haja necessidade de alargar o Serviço de Urgência.
Um tema para analisar, tal como a ampliação da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior.
“É um trabalho que temos de fazer em conjunto com o Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, porque esta faculdade já provou ser um sucesso.” Acrescentando que, “não é por acaso que nas zonas de baixa densidade do país, apesar de tudo, a zona que tem menos dificuldade na atração de profissionais é mesmo a zona da Covilhã e nós temos a obrigação de trabalhar para que esta Universidade se desenvolva e possa, porventura, ter um maior número de alunos.”