A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) e os oito Municípios que a integram manifestam total indignação e vivo repúdio com as declarações do Presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, ouvidas na Comissão de Agricultura e Pescas da Assembleia da República, no passado dia 27 de julho.
Em comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, a CIMBB e os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão, referem que as declarações do Presidente da AGIF na Assembleia da República, “suportadas em comprovadas falácias, são profundamente lamentáveis porque lançaram sobre os municípios, e as associações humanitárias de bombeiros voluntários, graves acusações de incompetência e despesismo”, apontam
Em causa está a intervenção do presidente da AGIF, Tiago Oiveira, que afirmou perante a comissão parlamentar de Agricultura e Pescas que há municípios a gastar meio milhão de euros nos bombeiros, “quando não gastam dinheiro a gerir a floresta”, sendo necessário balancear a prevenção e o combate.
A CIMBB sublinha que os municípios desta comunidade asseguram com os seus próprios meios, e apoiando intensamente as nove corporações de Bombeiros Voluntários e as demais entidades que participam no sistema, a gestão e a realização das exigentes tarefas de proteção civil neste vasto território, de mais de 5,9% da superfície continental portuguesa.
“É absolutamente insuportável que um alto dirigente do Estado, a quem não se disputa o elevado conhecimento técnico, assuma tal sobranceira desconsideração e desprezo para com entidades territorialmente competentes, que desempenham um papel fundamental na defesa das populações e do território”, frisa a comunidade intermunicipal da Beira Baixa.
Os autarcas e a CIMBB sustentam ainda que o presidente da AGIF revelou uma profunda “insensibilidade e incompetência política ao destratar grosseiramente a parte mais relevante do sistema de proteção civil nacional” acrescentando que aquele responsável deve apresentar as fontes de financiamento que irão assegurar a execução do Programa Nacional de Ação de Gestão Integrada de Fogos Rurais, elaborado pela entidade que preside, e aprovado em maio de 2021, dado que, “após diversas diligências e nos vários momentos de reunião das comissões regional e sub-regional, ainda não se obtiveram garantias de dotação financeira para o programa, colocando em causa a execução do planeamento previsto”,
A CIM da Beira Baixa insta o presidente da AGIF “a esforçar-se mais na compreensão das altas funções para que foi nomeado, indo muito além das desculpas já apresentadas pelas deploráveis declarações que produziu”, acentua.
A Liga dos Bombeiros Portugueses anunciou estar a avaliar a apresentação de uma queixa crime contra o presidente da AGIF.