Um estudo realizado pela organização Pesticide Action Network e pelo Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, mostrou que a Herdade da Fonte Insonsa, em Idanha-a-Nova, é um dos locais com maior concentração de glifosato em Portugal e noutros 12 países europeus.
O estudo, divulgado esta quinta-feira, recolheu amostras de água doce em 12 países da União Europeia em outubro de 2022, depois da campanha agrícola.
Uma das amostras em Portugal, recolhida na Herdade da Fonte Insonsa, em Idanha-a-Nova, continha três microgramas por litro, ou seja, 30 vezes mais que o limite legal, tendo sido a mais elevada concentração de glifosato detetada nas amostras analisadas no estudo.
Para além de Idanha-a-Nova, foram recolhidas outras amostras no rio Douro e na Albufeira da Barragem do Roxo, em Alqueva. A conclusão foi de que o país é “campeão” em termos de concentração tóxica para consumo humano do herbicida glifosato em cursos de água doce.
O glifosato é um herbicida sistémico dessecante de culturas, usado para matar ervas daninhas das culturas. Apesar da Organização Mundial da Saúde já o classificar como um potencial carcinógeno e alertar para os seus efeitos nocivos nos ecossistemas aquáticos e na saúde, a União Europeia continua a autorizar a sua utilização, pelo menos, até 15 de dezembro.
O estudo em causa recomenda, assim, a não-renovação da licença de comercialização de glifosato na UE e o fim gradual do uso de produtos à base desta substância.
No entanto, a Plataforma Transgénicos Fora vem salientar num comunicado citado pelo GreenSavers, que a Comissão Europeia pretende renovar a utilização do glifosato, prevendo-se que a proposta seja votada em meados de outubro.