A cerimónia ficou ainda marcada pela entrega da medalha de ouro ao historiador e investigador Arnaldo Saraiva. Natural de Casegas, o também escritor, enalteceu as origens “eu percebi há muito tempo que o que eu sou, o devo à gente de quem nasci”.
O empresário Rui Gomes recebeu a medalha de prata de mérito municipal, na empresa de reciclagem têxtil, “tentamos deixar o mundo um bocadinho melhor do que temos neste momento, dedicamo-nos à reciclagem e tentamos, do desperdício, fazer coisas novas e bonitas.”
Da mesma empresa, que se ergueu das cinzas, após um incêndio, em janeiro de 2022, Catarina Gomes recebeu idêntico galardão e deixou este como um exemplo do bom que se faz na Covilhã e no interior “não é por estarmos no interior que não temos as mesmas capacidades que tem o litoral, e a J. Gomes é a prova disso, não foi o incêndio que nos deitou ao chão.”
António Dias, fundador da Padaria Dias, foi outro dos empresários distinguidos. Na hora de receber o galardão deixou um simples “obrigado a todos”. Foi o filho que deixou umas palavras sobre o pai dedicado, o homem bom e o empresário de sucesso, “somos uma padaria de destaque a nível nacional e reconhecidos em grande parte do mundo com mais de uma centena de prémios tanto no pão como nos bolos tradicionais e salgados, levamos o nome da nossa cidade a todo o país.”
O ex-comandante dos bombeiros voluntários da Covilhã, Fernando Lucas, partilhou a distinção com todos os bombeiros que com ele “partilharam muitas e boas horas de companheirismo, mas também de amargura e sofrimento”, com aqueles bombeiros que “um dia saíram ao toque da sirene e não mais regressaram”, com a direção, comando, quadro ativo e com a família.
O empresário Jaime Alberto, da empresa de distribuição alimentar com o mesmo nome, agradeceu o reconhecimento “que só foi possível graças aos 240 trabalhadores que a empresa tem” e que fez dela um sucesso, com “oito pontos logísticos no país, fazemos a distribuição do Minho ao Algarve.”
O médico, agora aposentado, Jerónimo Leitão, recebeu também a medalha de prata de mérito municipal. Seguiu, pelo menos, três gerações de utentes que ainda hoje o reconhecem na rua, “é enternecedor ver como hoje se dirigem a mim com o carinho que ainda mantêm”. Um reconhecimento que o levou a acrescentar “hoje posso dizer que não sou um médico de família, sou um membro da família.”
Júlio Repolho, 86 anos, um mestre serralheiro, foi dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos e tesoureiro na extinta junta de freguesia de S. Pedro, “homem dos sete instrumentos”, como a ele se referiu o filho que tem a certeza de que o pai “mudou a vida de muita gente, para melhor, na cidade da Covilhã.”
Foi também o filho, em nome da família de Luiz Dias, que recebeu a única medalha de prata de mérito municipal entregue a título póstumo, 32 anos após a sua morte, “mais vale tarde do que nunca”, disse Henrique Dias acrescentando, sobre o pai, que “era um covilhanense dos quatro costados, amante da sua terra”, sobre a qual deixou uma obra de seis volumes designada “História dos Lanifícios (1750–1834) Documento”.
Sobre os homenageados, o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, disse que “é uma justíssima homenagem da Covilhã a personalidades ímpares, um reconhecimento do seu percurso de vida, dos exemplos, do mérito, da capacidade, do engenho, da arte, da ousadia e da criatividade.”