A cidade do Fundão acolhe até domingo, 14 de janeiro, o Encontro Anual de Escolas Amigas dos Direitos Humanos, promovido pelo Agrupamento de Escolas do Fundão (AEF) em parceria com a Amnistia Internacional. Cerca de 100 alunos de 12 escolas participam em visitas, workshops e outras atividades, num fim de semana de partilha e discussão sobre a defesa e promoção dos direitos humanos.
É a primeira vez que a cidade fundanense reúne 12 das 13 Escolas Amigas dos Direitos Humanos. Membro da rede desde 2020, e participante noutros encontros anuais, o Agrupamento de Escolas do Fundão sentiu que era a sua vez de acolher este colóquio.
“Nós temos aqui alunos do projeto no 12º ano e ficariam muito tristes se não tivessem a hipótese de organizar um evento destes. E isto é um encontro com muito significado não só por ser sobre os direitos humanos, mas também por unir estas escolas todas que, entretanto, já vamos conhecendo e vamos trabalhando de alguma forma, à distância, e por sensibilizar as pessoas em geral para as questões, sempre atuais, associadas à dignidade e direitos humanos”, revelou à RCB a coordenadora do projeto na AEF, Catarina Crocker.
Plenários, grupos de trabalho, uma visita à região e workshops fazem parte do programa de dois dias na cidade do Fundão.
“Partilhamos com as outras escolas quais as atividades que fizemos e elas partilham connosco. Isto dá um certo incentivo de trabalhos e atividades que possam ser feitas. Esta questão da partilha é muito contagiante e ajuda-nos a criar mais coisas”, reforçou a coordenadora que também destacou a “vantagem” dos workshops.
“São workshops práticos, informais, e com muito impacto nos jovens. Eles são dinâmicos, eles aprendem, eles questionam: o que é isto dos direitos humanos? O que é que podemos fazer para mudar o mundo?”, apontou.
Na sessão de abertura, a coordenadora de Educação para os Direitos Humanos na Amnistia Internacional – Portugal, Luísa Marques, realçou que este é um “projeto de pessoas para outras pessoas e para todos juntos lutarmos e promovermos os direitos humanos”, notando que “esta proximidade é muito importante”.
“Não só para nós aqui na rede de escolas, mas também é importante para as outras entidades que trabalham com a escola. Este projeto trabalha dentro da escola, mas também pretende ir para lá dos muros da escola”, falou Luísa Marques na sessão de abertura.
Já a vereadora municipal Alcina Cerdeira, para quem “faz todo o sentido” acolher esta reunião, salientou o trabalho do município nas questões da migração e da diversidade cultural.
Um “trabalho de toda a comunidade” em que “as escolas são fundamentais para promover o trabalho” que está a ser feito, afirmou, considerando que “é mesmo na escola que esta questão ligada aos direitos humanos deve começar. É onde tudo começa e nós fomentamos e promovemos valores como estes que aqui estamos a falar, da igualdade, da inclusão, da diversidade, da multiculturalidade”.
O Projeto Escolas Amigas dos Direitos Humanos arrancou em 2013 com seis estabelecimentos de ensino. O Agrupamento de Escolas do Fundão juntou-se em 2020 com outros três e em 2023, a rede ganhou mais três escolas.
O Encontro Anual no Fundão arrancou esta sexta-feira e prolonga-se até domingo, com o envolvimento e organização dos estudantes da escola secundária do Fundão, e apoio do município e união de freguesias do Fundão.