O Espaço Biblos, no Fundão, acolhe no próximo dia 27 de janeiro a inauguração da mostra “O Que Fica para Trás”, de Catarina Nunes. A exposição resulta de uma residência artística nas Minas da Panasqueira, onde a artista explora a dualidade entre o avanço e a permanência.
Natural de Luanda, Catarina Nunes é mestre em Cerâmica Contemporânea na Universidade de Tóquio, tendo estudado ainda design de cerâmica e vidro na Universidade Central de Inglaterra.
Desde 1998 que expõe regularmente, sendo que as suas instalações exploram cenários de relação conceptual e física entre o corpo humano e a escultura cerâmica. Nas suas conceptualizações há uma mimetização de estudos biológicos ligados a um encanto pela natureza e pela sua interpretação científica.
Recentemente surgiu em Catarina Nunes uma inspiração para o vento, a aridez e superfícies rochosas, depois de uma residência artística no Deserto da Namíbia. Um interesse que continuou numa outra residência, desta vez nas Minas da Panasqueira.
No concelho do Fundão, a artista debruçou-se sobre os fragmentos no solo, as substâncias que caíram no chão, acumulando camadas que agora eternizam os “nossos passos para a posteridade”.
Nesta jornada “pelos resíduos do tempo”, Catarina Nunes diz contemplar não só o que foi deixado para trás, mas também como os vestígios efémeros transcendem o imediato e se transformam em testemunhos tangíveis da relação entre passado e presente.
“O Que Fica para Trás” é a mais recente exposição da ceramista angolana e é inaugurada no dia 27 de janeiro, às 16 horas no Espaço Biblos. A mostra fica patente até 2 de março, podendo ser visitada durante o horário de funcionamento daquele espaço cultural.
Uma iniciativa promovida pela ARS Investigação e Desenvolvimento, através do Projeto Pontes, com o apoio do município fundanense.