Num jantar comemorativo do cinquentenário da Associação Paul Cultural Desportivo, que reuniu centena e meia de participantes, a história desta coletividade esteve em foco numa retrospetiva, que lembrou todos os dirigentes mulheres e homens, que ajudaram a construir os alicerces deste embaixador do desporto na vila do Paul.
Quando em março de 1974, se realizou a primeira assembleia no Largo da Praça do Paul, que não teve mais de uma dúzia de participantes/ fundadores da Associação Paul Cultural Desportivo (APCD) seguramente, não tiveram o deslumbre do que, passados cinquenta anos esta coletividade paulense conseguiu para o seu próprio desenvolvimento e da comunidade onde se insere.
Se recuarmos à década de 30 do seculo passado, o futebol na então aldeia do Paul era praticado de forma amadora por jovens da terra, e assim terá sido até aos anos 60.
Com o despontar do associativismo depois do 25 de Abril, também no Paul se verificou este entusiamo associativo e na sequência da falta de abertura de um clube que já existia, um grupo de jovens a 3 de março de 74, cria a Associação Paul Cultural Desportivo.
Nestas cinco décadas de existência a APCD, já teve altos e baixos com o futebol federado assumir a espaços temporais lugar de destaque, depois o futsal de formação emergiu paralelamente com inúmeras atividades como o BTT, desportos motorizados, a ginástica e outras atividades recreativas / culturais que encorparam a dinâmica desta coletividade, particularmente junto da camada jovem da vila.
Quanto ao jantar comemorativo muito animado, foi também um momento de partilha e convívio entre os ex-presidentes, antigos e atuais dirigentes, que estavam visivelmente satisfeitos com o trabalho realizado nos últimos anos nomeadamente: requalificação do complexo desportivo da Reboleirada, processo de legalização deste complexo, atribuição da Bandeira de Ética e atribuição do Estatuto de Utilidade Publica, entre outras mais valias que os atuais dirigentes conseguiram para esta associação.
Recordar o passado no presente
Na mesa reservada aos ex-presidentes que desde da fundação deram o seu contributo para história de meio seculo da APCD, estava o primeiro que iniciou esta caminhada, “na altura fomos a falar ao clube existente para comunicarmos que iriamos fundar a Associação Paul Cultural Desportivo e responsável deste clube não recebeu bem a notícia. Os tempos eram difíceis porque estávamos em março de 74 e eu pessoalmente fui ameaçado pelo cabo da GNR com a prisão, felizmente dai a poucas semanas tivemos a madrugada libertadora do 25 de abril. Recordo que fui eleito o primeiro presidente da APCD de uma forma pouco ortodoxa, já que metemos os nomes dentro de uma boina e depois o primeiro a sair foi o meu e daí ter ficado com este cargo. Hoje vejo com grande regozijo que a associação que ajudei a criar está bem e recomenda-se”, garante Luís Mendes.
Para o vereador com o Pelouro do Associativismo da Câmara Municipal da Covilhã, o momento que se viveu no sábado de março/24 com realização deste jantar era motivo de satisfação e de festa, “a APCD tem desenvolvido um excelente trabalho de afirmação com atribuição de diversos galardões como a Bandeira de Ética e a Utilidade Publica entre outras. Os atuais dirigentes é gente de muita vontade e de querer por isso emerge a relevância desta associação que hoje também recordou o contributo de antigos dirigentes e de outros colaboradores que ajudaram a fazer a história destes cinquenta anos da APCD.
Posso dizer que tive a sorte de estar numa função que me permite conhecer muitas mulheres e homens neste concelho que se dedicaram e ainda se dedicam à causa do associativismo de forma altruísta e solidaria como é o caso dos atuais dirigentes da APCD, na verdade temos de olhar para estas associações como forma vivas que prestam um enorme serviço ao associativismo covilhanense, por isso é com satisfação e grande orgulho que marquei presença nesta iniciativa da APCD, que tal como o 25 de Abril comemora este ano cinquenta anos”, enfatiza José Miguel Oliveira.
Carlos Ramos, o atual timoneiro da APCD, há muitos anos que lidera o executivo da APCD e não podia estar mais satisfeito por estar a comemora-se meio seculo de existência desta coletividade, “esta noite é muito especial, onde tivemos os presidentes que nestes cinquenta anos ajudaram a construir a história desta associação e a quem expresso o meu agradecimento pelo seu contributo. Conseguimos reunir cerca de cento e cinquenta pessoas neste jantar que tem sido um momento de convívio e partilha de homens e mulheres que comungam deste amor pela APCD.
Algumas das conquistas recentes desta associação como a Bandeira de Ética e atribuição do Estatuto de Utilidade Publica serão sempre o fruto do trabalho de muita gente que estão nas nossas fileiras ou que já por cá passaram, por isso se quisermos continuar nesta senda de êxitos temos de apelar à participação dos sócios.
Estamos neste momento a trabalhar para a legalização do todo o complexo desportivo da Reboleirada, pedido das medidas de autoproteção e ainda no protocolo da manutenção dos espaços verdes que será muito importante para a abertura do complexo desportivo à comunidade paulense. A associação está bem e recomenda-se, mas é importante que apareça gente nova com ideias novas para se garantir a manutenção e a renovação desta coletividade que agora atingiu meio seculo de existência”. Remata o presidente da direção.
De: João Cunha/RCB