Em abril, o Cineclube Gardunha propõe um olhar para o passado, relembrando a ditadura, o momento revolucionário e os efeitos posteriores. Uma programação que reflete também sobre o presente, dando atenção aqueles que ainda não são livres. É a forma do Cineclube Gardunha, em parceira com o Jornal do Fundão, comemorar os 50 anos do 25 de abril, propondo, para este mês, um ciclo a que chamou de “Amanhã, livres!”
E abril é já amanhã, dia 2, às 21h 30m, com a exibição do filme “A flor do Buriti” de Renée Nader Messora e João Salaviza, que estarão presentes na sessão. O filme retrata a luta do povo indígena Krahô, que habita o território denominado kraholândia, nas fronteiras entre os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, no Brasil.
A 9 de abril, às 21h, cinema em sessão dupla: primeiro, “Jaime” de António Reis, uma homenagem aos também 50 anos da estreia deste filme, acompanhado por um documentário essencial sobre o período que se seguiu ao 25 de abril. Depois, “Torre Bela”, um filme/documento do alemão Thomas Harlan, sobre as promessas e as utopias dos movimentos cooperativistas, os trabalhadores rurais, a ascensão e a queda de uma prática comunitária livre e igualitária. No final haverá uma conversa partilhada com Fernando Paulouro e Isaura Reis.
A 12 de abril, às 21h, dando seguimento a um pequeno ciclo de quatro filmes com a livraria/alfarrabista Livros Tintos, será exibido o filme “Delírio em Las Vegas”, protagonizado por Johnny Depp. Uma adaptação de Terry Gilliam ao livro, com o mesmo nome, do escritor americano Hunter S. Thompson que será homenageado, nesta sessão, com a leitura de alguns trechos da sua obra.
No dia 16, às 21h 30m, com a presença da realizadora, Susana de Sousa Dias, será exibido o filme “48” que dá a conhecer, através de fotografias e depoimentos de quem foi preso e torturado, os detalhes do regime Salazarista. Será a peça central do ciclo que, este mês, o Cineclube Gardunha dedica aos 50 anos da Revolução.
No dia 23 de abril, cinema em português, com a exibição de “Cavalo Dinheiro” de Pedro Costa, sobre a comunidade cabo-verdiana a residir em Lisboa e a Revolução vista através das suas histórias. A montagem do filme esteve a cargo de João Dias, residente no Fundão, que estará presente na sessão, às 21h 30m.
A fechar, a 30 de abril, “Eu Capitão” de Matteo Garrone, o cineasta italiano narra a odisseia de um jovem senegalês, de Dakar, em busca de uma Europa “mítica”, numa arriscada travessia pelo Mediterrâneo a bordo de um barco sobrelotado, depois de ter enfrentado a hostilidade do deserto e os centros de detenção na Líbia.
Com a presença de João Mota, Técnico Superior Centro Migrações Fundão, “Eu Capitão” é uma proposta de reflexão do Cineclube Gardunha, neste mês que dedica a abril.
À exceção de “Delírio em Las Vegas”, que será exibido na livraria “Livros Tintos”, todas as sessões de abril serão na Moagem, com entrada livre.
