Com apoio de cerca de 600 adeptos vindos do Norte do país, à terceira foi de vez. O FC Felgueiras venceu, este domingo, no Santos Pinto, o Sp. Covilhã por 2-0, com golos de Mike e Bruninho, aos 44’ e 68’, respectivamente e garantiu o regresso à II Liga, 19 anos depois, beneficiando do empate do Sp. Braga B em casa frente ao Atlético CP.
A equipa de Agostinho Bento foi praticamente superior em todos os capítulos do jogo e festejou, com justiça e exuberância, o regresso aos campeonatos profissionais. A equipa do FC Felgueiras, logo desde a fase inicial, procurou ganhar vantagem, perante o último classificado e que ainda não tinha ganho em casa, nesta fase e que, neste seu jogo de despedida, também queria vencer.
Assim sendo, assistiu-se a um espectáculo digno e competitivo, bem disputado, com um sinal ofensivo mais firme dos nortenhos. O primeiro sinal de perigo surgiu, logo aos 4’, quando João Santos entrou na área, pelo seu lado direito, driblou Pedro Casagrande, e, com um remate forte, obrigou João Gonçalo a uma espectacular defesa com o braço e quase por instinto. A resposta não se fez esperar, e, só dois minutos depois, já Elijah Benedict colocava à prova o guarda-redes Bruno Pinto – o remate, potente, à meia altura, foi travado com uma palmada para canto. A partir daqui, houve mais equilíbrio e sem oportunidades de golo para as duas equipas.
Até que, num jogo competitivo e aberto, emotivo e combativo e com os visitantes mais práticos e objectivos, a equipa do Felgueiras chegou ao golo, aos 45’, num golpe de cabeça fantástico do capitão Mike Moura, dentro da área, na sequência de um livre apontado por Landinho. Começava aí a festa da subida, mesmo faltando ainda 45’ por disputar.
Francisco Chaló mexeu ao intervalo, tendo recorrido de uma assentada a três substituições, e com um único propósito: tornar o seu ataque mais efetivo, mas, à excepção do minuto 88’, quando Gildo, quase que marcava, a equipa serrana, nunca conseguiu encontrar antídoto para o melhor futebol do seu adversário, nunca teve arte e engenho, para mais e melhor.
Pelo contrário, o seu opositor continuou a mandar no jogo e de forma autoritária, atacou mais e muito melhor, e voltou a dispor de duas ocasiões para poder marcar – João Santos e Landinho construíram uma excelente jogada (58’), mas Miguel Pereira falhou o desvio na pequena área. O Felgueiras sentiu-se sempre muito mais confortável no jogo, controlando-o e geri-lo de forma prática e segura.
Numa das suas muitas jogadas de ataque, voltou a marcar.
Bruninho (68’), com um remate na área, de pé direito, e depois de uma assistência de Miguel Pereira.
Daí e até ao fim do jogo, a equipa do Norte do país acumulou mais duas boas situações para marcar, a primeira delas por Miguel Pereira (73’), numa excelente jogada de João Santos, e pouco depois Bruninho – mais uma boa exibição – falhou o 0-3, num excelente golpe de cabeça, que, no entanto, foi travado com uma boa defesa de João Gonçalo.
A vitória que não se discute, e a explosão de alegria, só surgiu, dois minutos depois, aquando do final do jogo do Braga B, com os jogadores no relvado a festejarem, sob o olhar da encosta da Serra da Estrela, a subida à II Liga. Parabéns.
Quanto ao Sp. Covilhã (não venceu nenhum jogo em casa, na II fase), muita coisa tem de mudar na próxima época.
Vai haver eleições dia 24 de maio – triénio 2024-27 (há dois candidatos – Marco Pêba e Paulo Rosa), e preparar muito bem a nova temporada, tendo em vista, uma eventual subida de divisão.
Já se sabe que, em caso de vitória de Marco Pêba, o técnico Francisco Chaló mantém-se no cargo, com dois novos adjuntos: Pedro Taborda e Joel Vital.
As eleições realizam-se na próxima sexta-feira, 24 de maio, das 10h às 21 horas, na sede do clube.
No intervalo do encontro, foram entregues as faixas de campeões distritais à equipa de Juniores “A”, que venceu o campeonato 2023-24.
Na próxima época, esta equipa vai participar no campeonato nacional de Juniores “A” na II divisão.
Transcrevemos agora as declarações dos técnicos, após jogo:
Francisco Chaló – Tr. do Sp. Covilhã: “Mais uma vez o Sp. Covilhã demonstrou uma dificuldade extraordinária em jogar em casa, para ganhar, estranhamente, mas é a realidade. A equipa adversária esteve motivada, nós perdemos sempre os duelos, tanto ofensivos como defensivos, fomos sempre uma equipa muito passiva, tal como aconteceu na maioria dos jogos durante a época, com poucas e raras excepções. Em 31 jogos, o SCC ganhou apenas 7. Elucidativo. Dificuldades toda a gente passa, estou aqui para dar o corpo às balas, também tive erros, faço com honra, determinação. O SCC pode ser muito mais forte com aquilo que está acontecer. Fiquei muito surpreendido com o sub-rendimento da nossa equipa. O campeão não é aquele que nunca perde, é aquele que mais depressa se levanta para a vitória, daí admirar pessoas com coragem. O actual presidente, por exemplo, é um deles. Eu gosto muito do Covilhã, gosto muito das pessoas do Covilhã, tenho um respeito enorme pela cidade e pelo clube, e penso que a cidade também tem enorme respeito por mim, acredito, daí que, esta mensagem de revolta e frustração, dizer que, com um novo rumo e nova paixão, as coisas podem mudar radicalmente. Se o actual presidente vencer as eleições na próxima sexta-feira, eu vou continuar a ser o treinador, assumo. Revejo-me em actos de coragem e acredito que em 4 anos, podemos levar este grande clube à I Liga, é um ponto de honra para mim. Parabéns ao Alverca e Felgueiras pela subida directa à II Liga”.
TR: Agostinho Bento – FC Felgueiras:
” Estamos todos muito felizes. Sempre disse aos meus atletas, mesmo nos momentos mais difíceis, que iríamos conseguir subir de divisão. Jogo difícil, mas fomos melhores até aos 82′, depois houve muito coração, mas merecemos a vitória e a subida à II Liga, soube melhor assim. Honra seja feita ao Lourosa e Braga B, que fizeram um grande campeonato, honra a todos os nossos adversários, na 1ª e 2ª fase, mas tudo o que nos aconteceu, foi muito merecido. Este trabalho é de dois anos desde que estou aqui no Felgueiras. Não sei se vou ficar, mas quero aqui agradecer do fundo do coração à minha direção, principalmente ao nosso presidente, à minha família, esposa e filhos e aos nossos adeptos, todos sem excepção. Foram incansáveis no apoio, em casa e fora. Aos meus jogadores, muito obrigado a todos eles, pelo que fizeram. Grande temporada realizada por eles, muito bons jogadores, seres humanos incríveis e extraordinários. Esta equipa merece o que está a viver. Estou muito contente, sobretudo por eles”.