O Tribunal Judicial de Castelo Branco condenou um casal a penas de prisão efectiva pelos crimes de tráfico de pessoas para fins de exploração laboral. O homem foi sentenciado com uma pena de seis anos e a mulher a cinco anos e dez meses. Ambos foram absolvidos do crime de escravidão de que também estavam acusados.
O caso foi despoletado em Novembro do ano passado quando uma vítima do sexo feminino, com 36 anos, conseguiu fugir dos suspeitos e pediu ajuda à GNR. De acordo com a Polícia Judiciária a mulher vivia na cidade de Castelo Branco “num anexo da habitação dos suspeitos em condições desumanas” tendo sido resgatada do local juntamente com um filho menor.
A PJ sustentou que os arguidos “de forma concertada e organizada, desde há vários anos que recrutavam pessoas em situação de fragilidade, com carências económicas e que ludibriaram com promessas de emprego bem remunerado em explorações agrícolas em Portugal e Espanha”.
Posteriormente o casal “intermediava, junto de vários empregadores, o fornecimento deste tipo de mão de obra, mantendo as vítimas controladas sob ameaça e coacção, ficando na posse da quase totalidade dos proveitos auferidos, através da apropriação do dinheiro que lhes era entregue pelos empresários para pagamento dos salários”.
Esta investigação, que foi agora julgada pelo tribunal de Castelo Branco, contou ainda com a colaboração da equipa multidisciplinar especializada de assistência a vítimas de tráfico de seres humanos.