“É uma excelente notícia. O lince, nos nossos territórios, faz parte do ADN das nossas gerações, incluindo das crianças, apesar de já terem nascido sem o lince na Reserva. Temos a marca Terras do Lince registada no município de Penamacor e sempre foi um felino muito querido pelas nossas populações.”
A reintrodução do lince ibérico na RNSM não tem data marcada, mas está para breve a libertação dos coelhos, o seu principal alimento, nos cercados que já estão construídos no território, do lado de Penamacor, como explica o Presidente da Câmara Municipal, António Beites.
“Há dois cercados do lado de Penamacor e dois cercados do lado do Sabugal. No Sabugal, um já existia e foi reabilitado, o outro foi construído, eles já têm coelhos e já estão a ser libertados. Nós estamos na fase de quarentena para colocar os coelhos nos nossos dois cercados, para que possam crescer e os possamos libertar em mais dois pontos na Reserva e aumentar a densidade.”
Esta é uma questão essencial para a reintrodução do lince, enquanto os censos, que são realizados todos os anos, não atingirem o número suficiente de coelhos para garantir a alimentação, os linces não poderão ser reintroduzidos.
“É um processo que ainda vai levar algum tempo, mas é mais um passo, a garantia de que o lince vai ser reintroduzido na RNSM e devolvido ao seu último habitat natural em Portugal, desde a década de 80”.
Desde o passado dia 20 de junho que a União Internacional para a Conservação da Natureza mudou o lince ibérico de espécie “em perigo” para “vulnerável”, na lista vermelha que classifica as espécies de acordo com o nível de risco que enfrentam.