A Covilhã volta a unir-se a outras 20 cidades do país para a quarta manifestação nacional “Casa para Viver”. O protesto, que está marcado para as 15h00 de sábado, 28 de setembro, no Pelourinho, visa exigir mudanças urgentes nas políticas de habitação.
A iniciativa, levada a cabo pelo movimento “Porta a Porta – Casa para Todos”, surge após três manifestações anteriores que trouxeram “tímidos avanços”, aponta o coletivo. No entanto, os organizadores criticam a resposta do anterior governo socialista que “meteu os interesses daqueles que usam as casas para fazer lucros, os grandes proprietários e a banca, à frente das necessidades” dos que precisam de casa para viver, não rompendo com a política de direita.
A situação tem-se “agravado” com o atual governo, suportado pelo apoio da Iniciativa Liberal, do Chega e também do PS que, na visão dos manifestantes, tem seguido políticas que deixam muitas famílias à mercê da especulação imobiliária.
O “Porta a Porta” denuncia que os “cinco maiores bancos em Portugal lucram por dia 14,5 milhões de euros” e que os “grandes senhorios estão a acumular lucros extraordinários à conta” das dificuldades dos arrendatários, querendo “impor aos mais frágeis a sua passagem para o novo Regime do Arrendamento Urbano”, reduzindo “ainda mais o tempo de duração dos contratos”.
Assim, entre as reivindicações da manifestação, está a necessidade de baixar e regular as rendas, aumentar a duração mínima dos contratos de arrendamento para 10 anos, pôr fim aos despejos sem alternativa digna, e reduzir as prestações bancárias, limitando o impacto dos lucros da banca nas vidas das famílias. A mobilização exige ainda o fim de incentivos fiscais para nómadas digitais e investidores estrangeiros, que têm contribuído para a especulação imobiliária.
Os organizadores apelam à participação da população da Covilhã, sublinhando a importância de levar outros consigo e unir-se à luta por soluções concretas que respondam às necessidades de quem precisa de uma Casa para Viver. Além da manifestação, promovem também uma petição pelo Direito à Habitação, disponível online.