À RCB, o maestro Luís Santos explica que o segredo desta longevidade, “deve-se a toda a gente que tem passado por esta filarmónica”. Fundada em 1802, a Banda Filarmónica União de Santa Cruz começou por pertencer “a uma casa de fidalgos” que doou o instrumental à população “na condição de nunca a deixarem acabar”.
E não deixaram. A Filarmónica União de Santa Cruz sobreviveu às invasões francesas, à mudança da monarquia para a república, às duas guerras mundiais, à pandemia, e só a emigração, na década de 50 do século XX, a deixou inativa, ainda assim continuava a tocar nas festas da aldeia.
“Não parou na totalidade, quando havia alguma coisa na terra a banda estava sempre presente, todos os anos reuniam alguém para fazer as procissões e as festas que havia aqui na terra.”
A melhor prenda que a Filarmónica gostaria de receber era a renovação de alguns instrumentos “porque os instrumentos são caríssimos e uma filarmónica não tem condições financeiras para comprar um instrumento do pé para a mão. Porque é uma pena deixar cair uma coletividade com tantos anos, porque uma filarmónica é a cultura de um povo.”