“Vamos criar um roteiro que, na verdade, é um conjunto de pontos identificados que estão associados aos nossos produtores. Essa informação vai estar disponível e os visitantes podem fazer marcações, ir lá visitar, comprar o produto ou ter essa oferta montada para que agentes de animação turística possam criar aqui verdadeiras rotas turísticas, assentes nessa informação.”
Segundo Emanuel Castro, trata-se de um projeto a que os produtores poderão aderir, com os seus produtos que serão avaliados segundo parâmetros estabelecidos à escala mundial, criando uma nova oferta turística, ligada aos sabores e saberes da Estrela.
Outro dos desafios da Associação, ao longo destes quatro anos, foi criar condições para permitir a redescoberta da Serra da Estrela, do ponto de vista turístico, para lá da época de neve.
“Sobre isto, dar nota que no próximo ano vamos ter uma ação de formação, para agentes turísticos, para trabalhar o património geológico e a paisagem da Serra da Estrela e estruturar a oferta turística com base nestes recursos.”
As inscrições estão abertas e a ação de formação decorre durante três fins de semana seguidos, a começar no último de janeiro de 2025.
Para além do turismo, outra das mais valias que a classificação mundial da UNESCO trouxe ao Estrela Geopark foi um novo interesse pela investigação e pelo conhecimento do seu território.
“Nunca como hoje se investigou tanto sobre a Serra da Estrela, nunca como hoje se produziram tantas teses de mestrado, doutoramento. Um dos maiores, senão o maior contributo que o Geopark trouxe para o território, foi o conhecimento científico que ele veio aportar à Serra da Estrela. No fundo, devolveu à Serra da Estrela um novo interesse pela investigação e o estatuto de laboratório vivo, que estava adormecido.”
Segundo o coordenador da Associação Geopark Estrela, Emanuel Castro, este renovado interesse pela investigação pode trazer à luz do dia, o muito do que a Serra da Estrela tem ainda para desvendar.
“Há um desconhecimento ainda muito grande da penúltima glaciação. Normalmente, as últimas glaciações destroem os vestígios da anterior, mas nós sabemos que a anterior foi muito mais extensa que a última e há hoje um conjunto de depósitos, de formas que nós não sabemos do que é, pode ser da penúltima glaciação, mas falta-nos estudo.”
Um interesse que se estendeu aos mais jovens. Ao longo destes quatro anos, a Associação Geopark Estrela promoveu projetos educativos que mobilizaram milhares de estudantes, quer levando-os ao território, quer descolando-se às escolas dos nove municípios que integram o Estrela Geopark .