A concelhia do Partido Socialista da Covilhã afirma, em comunicado, que a decisão da assembleia municipal em aprovar a proposta de resgate do saneamento em alta foi “um dia histórico” para o concelho e considera que o órgão decidiu “acabar com um contrato ominoso” e que “pesou muito nos bolsos dos covilhanenses durante 20 anos”.
Para a comissão política do PS, esta decisão veio colocar um ponto final a uma situação em que os covilhanenses “pagaram a tarifa de saneamento mais alta do país”. Valores que iriam “continuar a ser aumentados até ao final do contrato de concessão, que iria atingir os 52 milhões de euros”. São “lucros exorbitantes e descomunais, num concelho onde os salários médios praticados são relativamente baixos”.
A concelhia acrescenta que “todos os esforços envidados pelo município, desde 2021, a fim de se encontrar uma solução equitativa falharam por evidente falta de vontade das «Águas da Serra», pensando a empresa que podia resolver o assunto depois das próximas eleições autárquicas da expectativa de que o PS as viesse a perder”.
O órgão liderado por José Rosa acrescenta que só agora foi possível avançar com esta solução porque “em 2005 foi assinado um contrato lesivo do interesse dos covilhanenses, que só depois de passados 18 anos, que se cumpriram em Abril de 2023, é que se podia accionar a figura do resgate”.
Para além de repudiar o modo como a «Águas da Serra» “tentou coagir e amedrontar publicamente os deputados eleitos pelo povo da Covilhã”, assim como “ausências gritantes num momento em que a questão foi votada”, acusando de “cobardia política o grupo de deputados do CDS-PP, que abandonaram a assembleia municipal logo no começo dos trabalhos, e a do grupo de deputados do PSD, que a abandonaram imediatamente antes do momento da votação”.
O PS da Covilhã afirma que existiram “dois lados bem demarcados” na última reunião da assembleia municipal “os que por ausência, por omissão ou simples medo pusilânime, estiveram do lado dos exploradores e os que estiveram ao lado dos explorados para os livrar daqueles que os têm esbulhado. De um lado a cobardia política, do outro lado a coragem política”.