O Parque de Campismo do Pião, na Covilhã, esta sexta-feira, 18 de abril, voltou a abrir portas ao Acampamento da Neve. Já lá vão 39 edições, num evento que junta entusiastas do campismo de vários pontos do país. Este ano, no entanto, a participação ficou aquém do esperado.
Se em 2024 o encontro reuniu mais de 40 participantes, este ano são cerca de 20 os campistas que marcaram presença ao longo de todo o fim de semana. “Não há muitas inscrições, este ano está a ser um ano fraco, não sei se derivado ao tempo, não sei o que é que se passou”, admite Marco Almeida, presidente do Clube de Campismo e Caravanismo da Covilhã.
Ainda assim, o dirigente espera que o ponto alto do evento — o sábado — traga mais movimento. Estão previstas atividades como jogos tradicionais, chocalhada, porco no espeto, fogo de campo e a habitual caça ao ovo. No total, são esperadas cerca de 50 pessoas.
Apesar da quebra de participação, Marco Almeida, recém-eleito para o biénio 2025-2027, considera que o acampamento já é um evento consolidado, mas admite que “há espaço para melhorar”, com visitas a outros clubes. “Quando nós convidamos, eles aparecem. Mas quando somos convidados, não vamos. É algo que se tem perdido com outras direções e esse intercâmbio é essencial para reforçar a presença de novos campistas”, sublinha.
A falta de renovação geracional também preocupa a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, presente na abertura do evento. Maria João Milagres, secretária do órgão, lembra que a maioria dos participantes são já idosos e defende que se tem de “começar a dinamizar mais um bocado para os novos, porque a maior parte das pessoas que aqui estão são acima dos 70 anos, e esse é um desafio a nível nacional”, admite.
Além da quebra na participação, o Acampamento da Neve continua a realizar-se num parque de campismo que ainda não está legalizado. Mas de acordo com Marco Almeida, este não é “o problema mais grave”.
O presidente recorda que “as outras direções tentaram tudo, com muita vontade, mas nunca conseguiram.” E acrescenta: “Neste momento, esta direção tem outros problemas, por isso para já não vamos avançar com nada. Se alguma entidade, Câmara, Junta, nos quiser ajudar, neste momento agradecemos.”
Para já, a prioridade, diz, é pôr ordem nas contas. “Primeiro que tudo, vou tentar arrumar a casa. Segundo, tentar que as contas financeiras negativas comecem a ficar positivas, porque neste momento estamos muito, muito, muito mal.”
Sobre o estado do clube, diz: “Houve aqui muitos vícios instalados e a gente vai querer acabar com alguns. Não vamos já acabar com eles todos, mas com alguns vamos ter que acabar.”
Entre as medidas em cima da mesa está a criação de uma carta de campista, pensada para atrair novos sócios e garantir o futuro do clube. Porque, mesmo com menos gente, o acampamento continua a fazer do fim-de-semana da Páscoa uma celebração cheia de tradição, animação e encontros entre campistas de vários pontos do país, desde Barcelos, até São João da Madeira, passando por Coimbra, Barreiro e Sertã.