A sustentabilidade nas artes, é um dos debates que vai marcar a forma como se faz arte e as políticas culturais de futuro. A ideia foi deixada à RCB pela investigadora do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra, Vânia Rodrigues, que apresentou, esta manhã, na Sala da Concha do Casino Fundanense, os resultados parciais do estudo “A parte pelo todo. Práticas ecológicas e sustentáveis nas artes performativas em Portugal” promovido pelo Centro em parceria com a Direção Geral das Artes.
O objetivo do estudo, extenso e intensivo, foi “criar condições para que os profissionais das artes e da cultura participassem neste debate acerca da transição ecológica de forma qualificada”. O estudo, permitiu ainda “descodificar aproximações e interpretações do que é a sustentabilidade, que são muito díspares no setor.”
O estudo, segundo a investigadora, começou por sinalizar uma unanimidade, acima dos 90%, em torno da necessidade de se fazer uma transição ecológica e “terminou a apresentar fissuras e debates importantes com que o setor cultural se defronta e que ainda não resolveu.”
Outra conclusão, é a da necessidade de se criarem condições para que o setor faça esta reflexão.
“Apesar de ser uma conclusão simples, a necessidade de formação dos profissionais, formação no sentido amplo, no sentido cívico é, provavelmente, a conclusão mais acionável, depois há um conjunto de recomendações de política cultural, mais técnicas, mas se tivesse de destacar uma, destacaria a necessidade de criar espaços de pensamento e de reflexão acerca da transição ecológica, para não entrarmos neste debate de forma acrítica.”
Vânia Rodrigues não tem dúvidas de que este é um dos debates que vai marcar a forma como se faz e gera arte e a forma como as políticas culturais se configuram no futuro, “seguramente vamos assistir a transformações profundas neste campo” e a questão não é se, “é quando e como”, conclui.