O jardim do Largo Dr. Francisco Rolão Preto, na vila da Soalheira, a partir desta sexta-feira, é o jardim Alexandra. A cantora soalheirense, Maria José Canhoto Gaspar, foi homenageada na abertura da 17ª Feira do Queijo, por uma vida dedicada à música e às canções, perpetuando assim um legado musical que está intimamente ligado aquela freguesia.
Maria José Canhoto Gaspar nasceu a 25 de abril de 1950 na Soalheira. Partiu cedo para Moçambique, onde se instalou até 1976, ano em que regressou a Portugal, para continuar a sua carreira musical, sob o nome de Alexandra. Foi nessa qualidade que esta sexta-feira rumou à terra natal para abrir o palco da tradicional Feira do Queijo.
“Achamos que podíamos associar a vinda dela a uma pequena homenagem” apontou o presidente da Junta, lembrando que Maria José nasceu e viveu naquela vila até aos 10 anos, deixando ali ainda alguns familiares.
Hélder Salvado diz que “é uma honra para a Soalheira” ter uma artista como Alexandra, “que leva também o nome da Soalheira aos quatro cantos do mundo”.
Agora, o jardim do Largo Dr. Francisco Rolão Preto passa a ser o Jardim Alexandra, com a instalação de uma estatueta em seu tributo.
O autarca soalheirense explica que a freguesia “tem uma história muito grande ligada à música, desde logo pela pessoa de Arlindo de Carvalho”, e também “uma grande descendência de crianças que ainda aprenderam com ele, o caso da Alexandra que ainda privou com ele”.
Daqui a 20, 30 anos, diz Hélder Salvado, “está perpetuada essa memória. Não só no mural que nós já temos do Arlindo de Carvalho, e agora também nesta homenagem a Maria José Canhoto (Alexandra)”.
Louvor há muito esperado pela artista, que no momento simbólico, junto de muitos familiares, amigos e admiradores, recordou com emoção o orgulho que o seu pai sentiria, ele que sempre lhe incutiu o amor pela terra natal através das suas histórias.
Para Alexandra, o que realmente a alegra e satisfaz é que isto tenha sido feito “nesta fase da vida” com 46 anos de cantigas em Portugal, “e é muito importante porque é um incentivo”, diz.
“Afinal, valeu a pena, portanto, estas coisas incentivam-nos e dão-nos alento. E para mim, isto foi uma maravilha, um jardim na minha terra. Eu pensava que não me ligavam nenhuma. Aquele ditado de “santos da terra não fazem milagres”. Aqui no meu caso fez-se um milagre, vou ter um jardim”.
Maria José Canhoto junta o seu nome ao conjunto de soalheirenses cuja contribuição para a cultura e identidade local é agora eternizada no espaço público da vila.