Mais expositores, mais visitantes, nomes sonantes da música portuguesa, um novo espaço, num patamar acima do anterior, e um prémio mundial fizeram a diferença na edição deste ano da Feira do Queijo da Soalheira.
Na hora do balanço da 17.ª edição, Hélder Salvado, presidente da junta de freguesia da Soalheira, admite que o certame, este ano, subiu um patamar “no terreno, na exigência e na qualidade”.
A mudança do local da feira veio beneficiar a organização do certame “estávamos no patamar de baixo, subimos um bocadinho de nível, digamos assim, até porque temos aqui mais espaço no patamar de cima e isso levou a que a disposição fosse diferente.”
Este ano aumentou também, em cerca de uma dezena, o número de participantes na feira com 35 casinhas de madeira, artesanato, máquinas agrícolas, num total de 50 inscrições, entre elas “13 queijarias sendo que as cinco das Soalheira ou com origem na vila estão presentes.”
O certame, criado há 17 anos continua a cumprir o objetivo de celebrar um dos seus maiores embaixadores, o queijo da Soalheira “neste momento sim, já o é há alguns anos, mas a partir do momento em que aquele prémio de 2024 foi atribuído a uma queijaria da Soalheira começou a falar-se da Soalheira em todo o mundo.” Uma divulgação que se tem traduzido numa procura maior, “na vila temos mais pessoas à procura do queijo, temos mais turistas que chegam, perguntam, querem saber mais sobre o queijo, como é que é produzido”. Uma procura que se estendeu também a uma das iniciativas do programa da Feira do Queijo, a rota da pastorícia que este ano duplicou o número de inscrições “tivemos de cancelar as inscrições há quase uma semana porque era tanta a procura para ir ver a ordenha, os rebanhos, o pastoreio, ou seja, nos outros anos temos sempre 50 inscrições, este ano abrimos a 100 e, mesmo assim, havia uma lista de espera de 50 pessoas.”
A feira tem vindo em crescendo, mas o autarca admite que “agora há um novo interesse à volta da feira, não o posso negar, sobretudo devido ao prémio”. O autarca refere-se ao Prémio de Melhor Queijo do Mundo atribuído no World Cheese Awards 2024, entre cerca de 4800 queijos, ao queijo de ovelha amanteigado da Queijaria Quinta do Pomar, na Soalheira que esteve presente no certame, como todos os anos. “Desde que ganhamos o prémio de melhor queijo do mundo, tem sido muito procurado”, admite Joaquim Duarte Alves, e na feira não foi exceção. Quanto à nova disposição do certame, “está melhor, acho que está espetacular”.
Ao lado, o irmão, Joaquim António Duarte Alves, tem a mesma opinião “está bonito, melhorou muito”, quanto ao balanço, “cada ano corre melhor, de ano para ano cresce sempre, quer em número de visitantes quer em número de vendas”. Quanto ao segredo que está por detrás do bom queijo da Soalheira, é a dedicação e o saber fazer “são muitos anos a trabalhar o queijo, é o saber fazer, é muito trabalho e muita dedicação ao queijo, o queijo quer muita dedicação.” O irmão, António Duarte Alves, acrescenta que “é também o leite, também podemos dar o louvor aos produtores de leite da região, porque sem um bom leite não conseguimos fazer um bom queijo.”
Há 35 anos que a Queijaria Henrique Santiago produz queijo de forma tradicional, que levou da Soalheira para Castelo Branco. Todos os anos regressa às raízes e este ano não foi exceção como testemunhou à RCB, Sandra Santiago, “está a correr muito bem, como está a ver estamos todos a vender não só os da Soalheira, mas todos em geral, as pessoas gostam de vir, conhecer, provar, o tradicional, as novidades”. Quanto ao novo espaço, também concorda que trouxe melhorias “melhor, mais simpático, mais funcional, acaba por acolher mais pessoas, muito melhor.”