O Fundão voltou a sair à rua este domingo, 15 de junho, com a caminhada “Todos por Todos”, promovida pelo Grupo de Voluntariado Comunitário (GVC) do Fundão da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). O evento juntou cerca de uma centena de participantes e mais de 800 inscrições. Um número que revela o alcance desta causa na comunidade, mesmo entre quem não pôde comparecer fisicamente.
De acordo com Côltilde Jorge, responsável pelo voluntariado comunitário no Fundão, “foram mais de 800 inscrições [no valor de seis euros], o que nos deixou muito contentes”.
Apesar de considerar que este ano pode ter havido uma ligeira quebra na participação física, destaca o envolvimento da população: “Muita gente compra a t-shirt, faz a inscrição, mas avisa logo que não pode vir porque tem um casamento, um batizado, ou porque não vive cá. Mesmo assim, aderem à causa”, explica.
A caminhada decorre numa altura em que os números da doença oncológica, especialmente do cancro da mama, continuam a aumentar na região. Côltilde Jorge revelou que, só na última semana, teve conhecimento de três novos casos inesperados. “Pessoas que pareciam estar bem de saúde e de um momento para o outro veem o mundo desabar sobre elas. É muito complicado”, afirmou.
De acordo com a voluntária, a unidade móvel de rastreio da LPCC, tem tido um papel fundamental na deteção precoce: “Cada vez que a carrinha vem, o número de casos aumenta. Mas também se deteta mais cedo, o que faz com que haja menos mortes”. A responsável garante que muitas pessoas apenas comparecem por rotina e, sem esperar, acabam encaminhadas para o IPO.
Em 2023, a LPCC realizou 396 mil mamografias através de 34 unidades móveis e sete fixas, de acordo com os dados oficiais. No mesmo ano, foram apoiados quase 18 mil doentes oncológicos, com um investimento superior a 1,5 milhões de euros apenas em medicamentos, alimentação, próteses e transporte para consultas e tratamentos.
Côltilde Jorge reforça que a Liga está constantemente a precisar de apoio: “Temos imensas despesas. Só em 2023 foram um milhão, quinhentos e quarenta e quatro mil, quatrocentos e quarenta euros. E isso nem inclui as carrinhas, que custam centenas de milhares. É uma causa que está sempre a precisar de muita, muita ajuda”, sublinha.
Além da vertente de sensibilização, o Grupo de Voluntariado do Fundão continua a prestar apoio direto a doentes oncológicos. Depois de um incêndio obrigar à saída das antigas instalações, a nova sede funciona agora na Acrópole, onde são disponibilizados serviços como consultas de psicologia e fornecimento de material de apoio.
A caminhada “Todos por Todos”, à semelhança dos anos anteriores, conta com a colaboração do motoclube “Os Trinca Cereja” e a associação “Caminheiros da Gardunha”.