A agricultura tem de ser valorizada não só enquanto fonte de alimento, mas também como fator de equilíbrio territorial. Aníbal Cabral lamenta a discriminação das ajudas que existe à escala nacional e europeia.
Em entrevista ao programa “Flagrante Direto” da RCB, o dirigente da Associação Distrital de Agricultores de Castelo Branco (ADACB) explica porque motivo os apoios são essências para a agricultura existir em Portugal. Segundo Aníbal Cabral, só existe um de dois caminhos.
“Ou o consumidor paga o preço justo ao agricultor e isso não é possível, porque o consumidor cada vez ganha menos, as pessoas têm cada vez mais dificuldades a nível financeiro e não podem comprar batatas a 50 euros, que era quanto custariam se tivessem refletidos todos os custos de produção, ou então temos de financiar este tipo de produção.”
Uma produção que se traduz numa agricultura “saudável e sustentável” que consegue “uma coisa que mais nada consegue que é o equilibro territorial em termos humanos. Se nós não apoiarmos a agricultura, se a agricultura não for apoiada fortemente, aquilo que acontece é a desertificação de grande parte do território do interior do país, e isto é fruto de políticas comunitárias erradas.”
Critico em relação às políticas comunitárias agrícolas, Aníbal Cabral lamenta a discriminação que existe, em termos de ajudas, à escala nacional e internacional.
“Em Portugal, um agricultor alentejano tem mais apoios públicos do que tem um agricultor do minifúndio do Norte ou do Centro do país, mas comparado com a agricultura no centro da Europa, então a diferença ainda é muito maior, e isso não é justo, porque o mercado é único.”