A associação distrital de agricultores de Castelo Branco exige ao governo que avance com a elaboração de um plano de controlo sanitário para evitar a propagação da doença da língua azul. A reivindicação foi apresentada numa audição da comissão parlamentar de agricultura para avaliar os impactos da doença que tem vindo a afectar o sector pecuário.
Recorrendo aos dados da direcção geral de veterinária, a associação de agricultores de Castelo Branco refere que 88 explorações no território já foram afectadas por este problema, mais de 3600 animais com sintomas, 933 mortos e 270 abortos. Os concelhos de Idanha-a-Nova, com 41 casos, e Castelo Branco, com 30, são os mais afectados.
De acordo com a associação “este problema sanitário era previsível”, acrescentando que “as organizações e os produtores deviam ter sido alertados oportunamente, se a monitorização dos serviços oficias estivessem em alinhamento com os interesses dos produtores pecuários”, sublinhando que este sector “produz qualidade, mas está em crise”, nomeadamente devido “ao envelhecimento dos produtores” o que leva a um “abandono da actividade devido aos baixos rendimentos”.
A associação refere ainda que “a realidade deste surto como a língua azul pode ser mais abrangente do que os números oficiais indicam, porque muitos casos não são reportados”, sustentando que “se não forem tomadas medidas de prevenção como a vacinação preventiva gratuita de acesso universal, a situação vai provocar graves prejuízos com as mortes e consequente redução da produção de leite e carne”.
A ADACB reivindica por isso a elaboração de um plano de controlo sanitário “que permita a monitorização, vacinação e desinfeção para travar a propagação da doença”, assim como a atribuição de apoios extraordinários aos produtores de pequenos ruminantes lesados “para suprir as perdas sofridas e criando uma maior resistência à importação desregulada de leite e de animais”.