A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Fundão (AHBVF) é uma das mais lesadas no país pelas dívidas dos hospitais aos bombeiros. A informação foi avançada pela Liga dos Bombeiros Portugueses, na cerimónia dos 97 anos da corporação fundanense, que já remeteu o assunto ao ministério da saúde.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Fundão tem a receber atualmente 200 mil euros dos hospitais portugueses, sendo que a maior dívida é do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUCB), confirmou à RCB o presidente da direção, Carlos Jerónimo.
No 97º aniversário da associação, o representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Tiago Marques, revelou que os bombeiros fundanenses “lideram, talvez, o top 5 nacional das associações lesadas nas dívidas com os hospitais nacionais”.
O comandante diz que a “informação já está na posse da ministra da saúde, e que a mesma afirmou que a situação vai ficar resolvida rapidamente”, mais ainda, que “foi promessa eleitoral do governo o pagamento dos hospitais às associações humanitárias serem a 30 dias”, tendo a própria ministra afirmado que “vai querer cumprir”.
Na intervenção do representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, também foi tema a criação de uma carreira para aqueles profissionais. Uma lacuna “que se regista há mais de 17 anos”.
“Exigimos que seja criado um instrumento legal que permita aos bombeiros terem a dignidade que qualquer trabalhador deve ter, precisamos de chamar a atenção de todos os responsáveis políticos do país para a absoluta necessidade de criar uma carreira e um estatuto remuneratório para os bombeiros que têm contrato de trabalho, e que até hoje não foi possível realizar apesar de, desde 2007, haver uma intenção na Lei”, afirmou Tiago Marques no discurso do aniversário dos bombeiros fundanenses.
Esta é apenas uma das reivindicações dos bombeiros portugueses que a Liga tem levado a reuniões com o governo. O representante da LBP revela que “já foram apresentadas outras preocupações do setor, como é o caso do financiamento crónico das associações de bombeiros, o estatuto social do bombeiro e do dirigente associativo e também a inexistência de um plano nacional de bombeiros”.
A verdade é que “algumas das propostas apresentadas têm reflexos orçamentais e que naturalmente serão objeto de maior equidade aquando da realização de reuniões preparatórias para o OE do próximo ano”, aponta o comandante que, apesar disso, está convencido de que “o diálogo que tem existido entre a liga e o governo permita que consigamos encontrar um mecanismo que satisfaça os nossos bombeiros”.
No 97º aniversário dos Bombeiros Voluntários do Fundão, também esteve presente o representante da Autoridade Nacional de Proteção Civil que anunciou para o próximo mês de junho, no âmbito do PRR, a atribuição de um veículo florestal de combate a incêndios à corporação fundanense.