Considerando que “ainda está por fazer justiça às populações afetadas pelos incêndios de agosto de 2022 na Serra da Estrela”, a moção, apresentada por João Flores Casteleiro, vem “instar o Governo a avançar definitivamente com os projetos estruturantes que constam do Programa de Revitalização, conferindo aos municípios da região as verbas necessárias à sua implementação.”
Lino Torgal, da bancada do PSD, lembrou que o PS esteve no Governo quase dois anos após o incêndio com uma “execução zero” relativamente a esta matéria. Para o PSD, esta moção vem mostrar “a incapacidade” do Governo socialista “relativamente à coesão territorial e concretamente em relação ao Programa de Revitalização da Serra da Estrela.”
À semelhança do PSD, também o CDS-PP votou contra. Nuno Reis diz que “no OE não podia estar contemplada uma verba para uma barragem que nem sequer tem projeto feito”, acusando o PS de misturar numa moção “tão importante” para a Serra da Estrela, “a pressão ideológica sobre as portagens”.
A CDU absteve-se. Vítor Reis Silva recorda que a grande diferença que existe entre a visão do PS e da CDU nesta matéria, está no modelo de gestão, “o que o Governo socialista propôs foi a transferência das competências de intervenção no PNSE para os municípios.”
O eleito do movimento “Covilhã tem força”, Vítor Tomás Ferreira, votou favoravelmente a moção do Partido Socialista por entender que era “o melhor para os covilhanenses”.
Vítor Pereira também se pronunciou sobre o assunto. O presidente da Câmara Municipal da Covilhã considera que, ao atribuir esta verba para a implementação do Plano de Revitalização do PNSE, o Governo “negligenciou-nos, esqueceu-nos, votou-nos ao abandono, que é uma coisa diferente. Uma coisa é esquecer-se de nós, outra é subavaliar ou estar desfasado”.
A moção, aprovada com 29 votos a favor, sete contra e três abstenções, vai ser enviada ao Primeiro Ministro, Ministro da Coesão Territorial e Grupos Parlamentares da Assembleia da República.