A moção, apresentada por João Leitão, da bancada do PSD, faz um diagnóstico preocupante do estado de saúde de um concelho onde existem “cerca de 3.500 utentes sem médico de família e a deslocação, entre diferentes polos ou extensões desta unidade, não está assegurada”.
A saúde, no concelho do Fundão, padece, assim, de vários males, “há um problema de mobilidade, organização, gestão das estruturas, equipamentos e pessoal afeto ao nível concelhio e territorial.”
Segundo João Leitão, o problema é muito grave, mas as contas são simples de fazer.
“O excessivo número de utentes que cabem ao limitado número de médicos disponíveis, subtraindo-se o considerável número de médicos aposentados para a nossa realidade territorial, representam um problema muito grave para o qual se exige uma atuação urgente, no sentido de repor e reforçar o nível de oferta e qualidade de serviços públicos, no nosso concelho.”
Esta, é a primeira de um conjunto de exigências que é feita na moção.
“Solicitar à Assembleia da República que se pronuncie favoravelmente sobre a proposta agora apresentada, de contratar pessoal médico, por urgência e conveniência de serviço, designadamente, especialistas de medicina geral e familiar.”
Do governo, a moção exige “um programa de reequipamento e adequação das extensões de saúde, em especial, para colmatar as lacunas de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida e a falta de condições, em algumas extensões de saúde, para efeitos de armazenamento de residios perigosos.”
Considerando a saúde “um bem público” e não um bem privatizável, a moção exige ainda ao governo “a criação de um programa de gestão e otimização de filas de espera, no que respeita a consultas e exames urgentes.”
A moção, aprovada por maioria, com duas abstenções, vai agora ser remetida ao Primeiro Ministro, Grupos Parlamentares com assento na Assembleia da República, Presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e presidente da Assembleia Intermunicipal da CIMBSE.