A associação de produtores de azeite da Beira Interior procedeu ontem ao lançamento da azeitona galega da Beira Baixa com indicação geográfica protegida. A designação IGP pode ser utilizada apenas por produtores e transformadores desta variedade de azeitona, nas áreas circunscritas a todos os concelhos do distrito de Castelo Branco e Mação, no distrito de Santarém, que cumpram todos os requisitos do caderno de especificações.
Em comunicado, o presidente da APABI refere que “a azeitona galega sempre foi uma variedade difícil, devido à sua baixa produtividade, dificuldade em mecanizar a colheita, muito susceptível a pragas e doenças, e pelo fraco rendimento em azeite, apesar de muitos especialistas considerarem a suprema qualidade dos seus azeites”. João Pereira acrescenta que “a pouca investigação e o aparecimento de outras variedades orientadas para produções de grande escala também contribuíram para que galega fosse ficando para trás, à exceção da Beira Baixa”.
O líder da associação sublinha que “a fórmula encontrada para dar uma nova vida à galega da Beira Baixa materializou-se no reconhecimento como indicação geográfica protegida. Um processo que veio culminar longos anos de análises químicas, certificações, provas sensoriais e métodos de conserva. Esta azeitona é conservada segundo métodos ancestrais da região através de uma fermentação natural com flora endógena”.
João Pereira refere que este reconhecimento e o seu lançamento oficial no mercado representa “o querer e o saber fazer de uma região, tendo como principais objetivos incrementar o rendimento dos olivicultores regionais, estancar o abandono do olival tradicional de galega no território e, talvez, despertar o interesse de novas plantações”.