A acusação é feita pela Plataforma P’la Reposição das Scut´s na A23 e A25, que nega que o aumento do IUC (Imposto Único de Circulação) tenha a ver com a redução do custo das portagens recentemente anunciado pelo Governo.
A tomada de posição pública da Plataforma surge depois da associação Zero ter defendido que “o desconto nas portagens não deve existir e, por isso, não precisa de ser compensado com aumento da receita do IUC”.
Para a Plataforma P´la Reposição das Scut´s na A23 e A25, a Zero refere três inverdades: A primeira é afirmarem que “O desconto nas portagens não deve existir e, por isso, não precisa de ser compensado com aumento da receita do IUC”, alimentando assim a inverdade de que o aumento do IUC se faz para compensar as receitas perdidas com a redução do preço das Portagens no Interior do País.
“A Associação Zero e o seu presidente não estão a dizer a verdade, pois na proposta de Orçamento de Estado para 2024 em lado algum se diz que o aumento do IUC tem o objectivo referido. Aliás, o que é dito é que o aumento do IUC é para melhorar a segurança rodoviária e defender o ambiente. Assim, a Associação Zero mostra que ou não leu a proposta de Orçamento e, se assim é, é grave porque faz afirmações sobre o que desconhece, ou então leu, e, se for este o caso, é igualmente grave porque está a faltar à verdade deliberadamente”, refere o movimento.
A segunda, classificada de anticientífica é dizerem que “as Portagens no Interior em muitos casos são paralelas a linhas ferroviárias e é um subsídio à rodovia e aos combustíveis fósseis…”.
“A Associação Zero e o seu presidente mostram que desconhecem o país já que fazem crer que o Interior é como Lisboa onde há metro, caminho de ferro, barco e autocarro com horários compatíveis para qualquer lado e a preços reduzidos. Assim a Associação Zero e o seu presidente mostram que para eles “Portugal é Lisboa e o resto é paisagem”.
·Mais, sustenta a Plataforma, “preferem a poluição mais perto das localidades e da população já que, num quadro em que não há alternativas e os transportes públicos rodoviários e ferroviários são uma miragem, o pagamento das portagens transfere os automobilistas da A23, A24 e A25 para as estradas nacionais e para o atravessamento de aglomerados urbanos (aldeias, vilas e cidades), indo poluir directamente junto das populações e aumentar a sinistralidade, como é óbvio e de ciência certa”.
A terceira inverdade “é dizerem que a solução não está na redução do preço das portagens, mas num “investimento na melhoria e reforço do serviço de transporte público”.
“Esta inverdade é mais dissimulada, mas é igualmente malévola, e aponta-nos o caminho dos amanhãs que cantam. Do tipo: continuem a pagar as portagens que os transportes públicos rodoviários e as ligações ferroviárias rápidas e a preços compensadores estão aí ao virar da esquina”.
O movimento recorda ainda que os transportes públicos mais rápidos não existem, que os existentes são escassos (há concelhos e outras localidades que não têm rede de transporte público com horários acessíveis e regulares); que o governo prometeu apresentar um Plano de Mobilidade para o Interior e até agora não o fez e o que fez foi dar às empresas transportadoras de passageiros o dinheiro que devia ser para diminuir o preço dos passes sociais dos utentes e dos demais transportes públicos
A Plataforma convida o presidente da Associação Zero a vir ao Interior “para verem in loco a sua realidade económica e social e a rede de transportes urbanos e interurbanos e as suas ligações rodoviárias e ferroviárias a Lisboa, Porto ou Coimbra. Se vierem aconselhamos a que utilizem a via paralela à A23 e A25 e depois vão de comboio da Covilhã ao Porto, passando pela Guarda, Viseu e Aveiro. Talvez depois possam falar sobre o que sabem e conhecem”.
“Esperamos sinceramente que a Associação Zero repense a sua atitude para com o Interior do País, pois, como bem sabe, o fundamentalismo é o pior inimigo da causa ambiental”, conclui a Plataforma.