Não é uma peça de teatro, admite a ASTA, em nota à imprensa, antes “uma experiência de fruição estética visual e sonora onde cada espetador é convidado a mergulhar numa pós-realidade onde o ser humano interage e aprende a conviver com o universo virtual”.
Um trabalho encenado por Rui Pires que pode ser visto como “uma alegoria moderna da caverna de Platão, onde o ser humano se confronta com um novo patamar da evolução da espécie e aprende a lidar com uma realidade nova e desafiante.” Acrescenta a Associação de Teatro e Outras Artes.
Sobre o espetáculo, onde ator humano de Spectrum, Edmilson Gomes, contracena com variadas ferramentas multimédia, de que é exemplo o vídeo mapping, Rui Pires justifica a escolha e apresenta a sua visão de futuro das artes.
“O futuro das artes passará por termos atores de carne e osso a interagir com as máquinas. Um debate do momento é a inteligência artificial e a nossa reação instintiva é ficar preocupados com o facto de ela nos poder roubar o protagonismo, o emprego e nos substituir. O desafio do homem moderno passa por viver cada vez mais embrenhado numa realidade que não depende apenas do mundo físico, mas passa muito pelo universo a que chamamos virtual, algoritmos que definem o que pensamos e condicionam a nossa forma de agir e pensar. Creio que a reação mais inteligente é perceber que não podemos evitar que as ondas rebentem na praia, mas podemos aprender a nadar nelas”.
“Spectrum” estreia no primeiro dia de setembro, às 21h 30m, no New Hand Lab, na Covilhã e será reposto no dia 2, à mesma hora. O espetáculo tem lotação limitada e pode ser gratuito para portadores do cartão amigo da ASTA, professores, alunos ou funcionários da UBI.