Os presidentes de junta da zona do Pinhal, no concelho do Fundão, estão preocupados com a falta de médico de família, que afeta centenas de pessoas, desde que o médico que ali prestava serviço se reformou, há quatro meses.
O tema foi levado à Assembleia Municipal do Fundão (AMF), que reuniu ontem, no Casino Fundanense, pelo presidente da União de Freguesias de Janeiro de Cima e Bogas de Baixo, Mário Dias.
“Em cerca de 20 povoações do pinhal fundanense, centenas de utentes estão sem qualquer acompanhamento médico desde há mais de quatro meses. Em algumas destas povoações, não há qualquer solução de mobilidade que lhes permita deslocarem-se ao Fundão e ainda menos à Covilhã.”
Tendo em conta que em breve vai abrir um concurso com vagas para seis médicos no concelho do Fundão, os autarcas do Pinhal propõem que os candidatos sejam informados dos benefícios de que podem usufruir “por servirem o concelho e a Zona do Pinhal que, devido à dispersão de extensões de saúde, é menos atrativa”.
Os autarcas querem ainda ser informados das diligencias de todo o processo, exigem que “que seja atribuído um medico de família com todos os benefícios que isso acarreta” e ainda, que o município do Fundão “coloque este assunto no topo da agenda e que possa interceder junto do governo”, para que a situação se resolva “no espaço de 30 dias.”
O porta voz dos autarcas e, sobretudo, das pessoas que vivem na zona Pinhal, invocou abril.
“Abandonar estas pessoas é abandonar abril, é esquecer um povo que tanto fez e faz pelo território, pela sua sobrevivência.”
A moção, designada, “Pela resolução imediata da falta de médicos de família na zona do Pinhal do Concelho do Fundão”, foi aprovada, por maioria, com duas abstenções.
