Quase utilizado, em exclusivo, para a produção de aguardente, o medronheiro, desde há duas décadas, tem sido alvo de “um processo de seleção e melhoramento para o começar a trabalhar como uma espécie fruteira, em estrutura de plantação de pomar, se possível com rega”.
É o que está a acontecer, desde há quatro anos, com o pomar de medronheiros nos campos experimentais do Seminário do Fundão, produzido pelo Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior (CBPBI).
“Os fundanenses, se quiserem ter uma observação in loco do que é um pomar de medronheiros clonado podem visitar os campos experimentais do Seminário onde estão 400 medronheiros, cujas características genéticas são conhecidas, foram multiplicados com a tecnologia in vitro, em laboratório, e já temos os primeiros medronhos, da floração de maio.”
A vantagem, segundo José Carlos Gonçalves, diretor científico do CBPBI, é que as características do medronho, deste pomar, são idênticas, “o que significa que estas 400 plantas têm a mesma característica e vão produzir o mesmo tipo de fruto, ao contrário do que acontece com a Natureza em que uma planta é diferente de outra.”
Uma técnica que permite melhorar o fruto tornando-o mais apetecível como fruto fresco.
“Estes medronhos têm também características ligeiramente melhoradas em relação ao seu sabor”, o que pode permitir, num futuro próximo, “utilizar este fruto como um fruto comestível”.
Melhorar o medronho, tornando-o mais apetecível do ponto de vista do consumo em fresco é, também, o objetivo deste pomar de medronheiros plantado há quatro anos através da técnica “in vitro”.