O Bloco de Esquerda (BE) questionou hoje o governo sobre a sua posição quanto aos “novos abusos laborais” da empresa Reditus aos trabalhadores do contact center da Segurança Social de Castelo Branco, entre eles o atraso nos salários do mês de agosto.
Numa missiva enviada à ministra do trabalho, solidariedade e segurança, o partido esquerdista denuncia “uma conduta de constante violação dos direitos laborais” dos trabalhadores do contact center da segurança social de Castelo Branco, por parte da Reditus, empresa contratada desde 2022 por aquele ministério, para garantir o serviço.
Além do atraso nos salários do mês de agosto, o Bloco de Esquerda relata os salários mínimos, subsídios de refeição “substancialmente inferiores aos da função pública”, e exigências como a realização de 111 chamadas diárias com apenas 14 segundos de pausa entre cada uma.
Além disso, foram denunciadas outras práticas ilegais por parte da Reditus, como a limitação ao uso da casa de banho, o que levou a sanções pela Autoridade para as Condições do Trabalho.
O problema já levou à convocação de várias greves desde novembro de 2023, com um novo plenário agendado para o próximo dia 5 de setembro, onde trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e o aumento do subsídio de refeição, que se mantém estagnado há vários anos nos 4,27 euros.
Face ao exposto e aos últimos acontecimentos, o BE questionou diretamente à tutela se tem conhecimento da situação e que medidas pretende tomar para “assegurar o pagamento pontual dos salários e todos os direitos dos trabalhadores”.
O partido também questionou a possibilidade de afastar a Reditus e internalizar o serviço, considerando o “grosseiro e reiterado incumprimento” das obrigações patronais.
O Bloco alerta para a necessidade de urgente intervenção governamental que, apesar de ser responsável pela adjudicação do serviço, permite que práticas laborais “abusivas” ocorrem num serviço público “essencial”.