O Museu Arqueológico do Fundão iniciou esta quarta-feira, 22 de fevereiro, as comemorações do 75º aniversário com o lançamento do livro “Céu sem Véu” de Francisco Silva Amaro. É o quarto livro do poeta e pintor natural de Juncal do Campo que, na mesma linha dos anteriores, coloca em versos poéticos o seu olhar sobre o quotidiano.
Céu sem Véu “é a crítica social, onde está o amor, onde está a morte, os políticos, a corrupção, é a vida”, descreve à RCB Francisco Silva Amaro, depois da sessão de apresentação. “A minha poesia nasce do quotidiano, a gente anda na rua, há qualquer coisa que mexe com a mente e depois desperta, o poema nasce”.
O quinto livro de Silva Amaro foi apresentado esta quarta-feira de cinzas no Museu Arqueológico do Fundão, a cargo de Manuel da Silva Ramos. O escritor refere-se ao seu par como “um poeta de grande qualidade e que até agora permaneceu um bocado na sombra”.
É nesse sentido que considera “importante que ele faça uma antologia dos seus melhores poemas. Só assim as pessoas vão perceber a qualidade da sua poesia, porque é uma poesia que tem temas recorrentes como o amor, a crítica social, ele tem um olhar muito sarcástico sobre a vida. Tenho a certeza que as pessoas iam ficar espantadas com a qualidade do seu trabalho”.
Para o diretor do Museu Arqueológico José Monteiro, Pedro Salvado, as comemorações dos 75 anos “não poderiam ter começado da melhor maneira”. Ao poeta e pintor natural do Juncal do Campo, radicado no Fundão desde 1974, também ele pede o compromisso de motivar uma cooperação entre o Norte o sul do distrito.
Francisco Silva Amaro diz que quando veio “para a Rua da Cale já vinha com essa ideia. Quando vi o comércio a definhar arrendei uma loja e dentro dela dava uma montra a um artista que quisesse expor os seus trabalhos durante um mês gratuitamente. Porque eu essencialmente é a Beira Baixa mas eu já falo no eixo da A23, da Guarda a Castelo Branco”.
“Um ano devia haver uma exposição na Guarda, outro ano na Covilhã, outro no Fundão, outro em Castelo Branco, ou seja, dinamizar a região de um ponto ao outro, porque eu oiço falar dos políticos que criaram um ministério para o território, mas continuamos a vê-lo definhar e nós, os que cá vivemos, temos de ser positivos e melhorar o território, porque é aqui que nós vivemos”.
Um olhar do poeta e pintor na Oficina amARTE, sobre a atualidade, característico da sua poesia. Poesia patente neste último livro “Céu sem Véu”, editado em 2022, que pode ser encontrado à venda no ateliê da Rua da Cale.