Na última reunião pública do executivo covilhanense, o Presidente do Município, Vítor Pereira, pediu entendimento e celeridade ao Governo na resolução do problema das 165 crianças que, a partir de setembro, ficarão sem resposta de jardim de infância, com o encerramento do Colégio das Freiras.
O assunto é “preocupante e delicado”, não só para as crianças e familiares, mas também para os 33 trabalhadores que olham para o futuro com incerteza, disse Vítor Pereira que, a pedido do líder da bancada da oposição, Pedro Farromba, que se mostrou “muito preocupado com a situação”, fez o ponto de situação do processo.
A notícia do encerramento, a partir de 1 de setembro, do Colégio das Freiras, admitiu Vítor Pereira, apanhou a todos “de surpresa” e a primeira medida do Executivo foi reunir com a Congregação das Irmãs Doroteias a quem foi solicitado o adiamento, por um ano, do encerramento, afim de se encontrarem alternativas atempadamente. Gorada a possibilidade da continuação do projeto, ainda que provisória, o próximo passo foi uma reunião com o diretor da Segurança Social “que iria colocar o problema superiormente.”
Ainda foi equacionada a possibilidade da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã poder ser a solução, “chegou a fazer-se um anteprojeto para ver como ali (antiga cozinha económica) se acomodariam as 165 crianças e conclui-se que não conseguiria albergar este número de crianças.”
A requalificação e a adaptação o antigo infantário Bolinha de Neve passou a ser uma possibilidade. Património da Segurança Social, esta solução não se avizinha fácil dada a burocracia entre os dois institutos e as duas secretarias de estado tuteladas pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, “porque o património da Segurança Social é gerido pelo Instituto de Gestão Financeira (GFSS) que está sob alçada de uma Secretaria de Estado, por sua vez, o Instituto de Segurança Social (ISS) está sob a alçada de outra Secretaria de Estado, dependendo ambas do Ministério do trabalho, Solidariedade e Segurança Social.”
Vítor Pereira explicou, na reunião da última sexta-feira, que, na semana anterior, uma delegação da Covilhã, com a representação de pais e do Município, reuniu com o vice-presidente da Instituto da Segurança Social, para o sensibilizar para o problema. “Nessa reunião ele disse que iria conversar com o IGFSS, que gere o património, para que ele transitasse para o ISS e depois pudéssemos prosseguir. A Câmara disponibilizou-se a custear as obras que fossem necessárias.”
Na sequência desse encontro, uma Engenheira da Segurança Social juntamente com o técnico da Câmara da Covilhã e alguns pais, deslocaram-se ao Bolinha de Neve “para ver as obras que eram necessárias”, tendo sido despoletada, a partir dessa visita, a execução do projeto, “que eu pedi que fosse feito com a máxima urgência”.
Vítor Pereira lamenta que até à data da reunião publica (11 de abril) ainda não tivesse recebido resposta ao pedido de audiência que solicitou à ministra da pasta e recordou que “a rede de infantários é uma responsabilidade do Governo”, sendo que a Câmara da Covilhã não se demite do problema “e é por isso que nós dissemos e reiteramos que as obras que forem necessário serem feitas, nós custeá-las-emos.”
O presidente da Câmara Municipal da Covilhã deixou um apelo para que “se agilize tudo, que se entendam os dois Institutos, as duas Secretarias de Estado e a Senhora Ministra porque, caso contrário, vamos pedir ao Senhor Primeiro Ministro para que receba as crianças no Palácio de S. Bento, no dia 1 de setembro.”