“Contos de Macau”, do escritor covilhanense João Morgado, ganhou o Prémio Manuel da Fonseca em 2020, e foi apresentado na sexta-feira, 31 de março de 2023, na Fundação Casa de Macau, em Lisboa, pela docente Ana Cristina Alves, coordenadora do serviço educativo do Instituto Cultural de Macau, estudiosa da filosofia chinesa e das filosofias religiosas asiáticas.
“Parece que João Morgado viveu anos em Macau, pela forma como captou o pulsar daquela ilha e transportou para os seus contos, quer o lado solar – todo o encanto do território, quer o seu lunar – o submundo do jogo, das tríades, do contrabando, do ópio. Mas, sem esquecer toda a magia que nos vem do oriente, e todo o encanto místico que se vive em Macau, reflexo da cultura chinesa. É um mundo de personagens orientais, ocidentais, mestiços… homens e mulheres, respondendo ao dualismo de Yin e Yang e ao equilíbrio do universo”, afirmou.
A obra reúne pequenas histórias baseadas na passagem de João Morgado por Macau e o contraste com a cultura oriental chinesa. Os textos abordam temas fortes da ilha, como o jogo, a droga, o contrabando, as corridas automóveis, a medicina chinesa, ou a sombra de Camões e Pessanha sobre o território.
A sessão contou com a presença do Presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge Rangel, e do diretor da Fundação Casa de Macau, Mário Santos par quem o livro é uma visão do “fenómeno Macau – uma visão muito conseguida que se notabiliza expondo temas e vivências muito expressivas, usando para tal um pertinente manejo de palavras, raro de se encontrar.”
Para aquele responsável, o livro apresenta-se como um “retrato harmonioso de uma vivência ímpar, eivado de uma realidade única e inspiradora – Macau!”
Já o autor do livro disse que a obra não retrata o Macau dos tempos actuais, sendo antes um “livro impressionista, com pinceladas que misturam o histórico e o fantástico, e que procuram passar para o leitor um conjunto de sensações dispersas, de emoções, de temas que marcaram o território durante a administração portuguesa, no contraste vivo de civilizações”, sublinhou João Moargado.
A segunda edição contou ainda com fotografias do fotojornalista de Macau, Gonçalo Lobo Pinheiro, que nesta sessão teve algum do seu trabalho projectado numa tela. Está à venda em www.joaomorgado.net e na plataforma da Amazon.