A Câmara Municipal da Covilhã (CMC) anunciou, na segunda-feira, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, novos avanços no desenvolvimento do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS). Depois da fase de diagnóstico e caracterização do território, a autarquia entra agora na definição de estratégias e medidas concretas.
O plano de mobilidade urbana sustentável surge no âmbito da adesão da Câmara Municipal da Covilhã ao Pacto dos Autarcas, em 2021, onde o município se compromete a reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030. Reconhecendo que o setor dos transportes representa 30% dessas emissões, a Covilhã decidiu avançar com o projeto, que visa tornar a cidade mais sustentável e acessível, desafiando ainda as suas características geográficas e culturais.
Concluída a primeira fase do plano, que envolveu a avaliação da acessibilidade e mobilidade urbana da Covilhã, o município inicia agora a segunda etapa do projeto, que passa por “estabelecer a visão, a missão e a estratégia de intervenção do município para os próximos anos e definir um programa de ação com medidas concretas, com prazos e com fontes de financiamento”, avançou a chefe de divisão de planeamento da Câmara Municipal.
Isabel Matias explicou, na conferência dedicada à “Mobilidade no Espaço Público Partilhado”, que entre os principais objetivos delineados estão a promoção de deslocações pedonais e cicláveis, a implementação de novas infraestruturas e o aumento da utilização de transportes públicos.
O plano prevê ainda a criação de um sistema de bicicletas públicas, (que já está em funcionamento), a otimização da rede viária e a racionalização do uso de veículos particulares em zonas críticas da cidade, com o intuito de reduzir o impacto ambiental e melhorar a qualidade de vida urbana.
Objetivos que, de acordo com a chefe de planeamento, “devem ser associados a uma mudança de comportamentos da população que necessita de ser incentivada”. Por isso, está ainda prevista “uma estratégia de comunicação e educação que promova a utilização de modos suaves através de campanhas de educação envolvendo a população, e estimulando a utilização de novas tecnologias na área da mobilidade”.
De acordo com a responsável, a participação pública é um elemento “essencial” do processo, tendo sido já realizada uma consulta prévia com os principais stakeholders, estando ainda previsto um período de discussão púbica e a criação de projetos-piloto com a comunidade.
Elaborado em articulação com o Plano Diretor Municipal (PDM) e outros planos territoriais em elaboração, revisão ou alteração, o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável vai passar ainda por uma fase de monitorização das ações implementadas, para garantir o cumprimento dos objetivos traçados.