Largas dezenas de pessoas associaram-se este sábado à CooLabora para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, na Covilhã. Os números assim o exigem, diz a coordenadora que também tem assistido a um aumento de denúncias por parte das vítimas.
Do Jardim do Lago ao Jardim das Artes, marcharam este sábado várias dezenas de pessoas com a bandeira da não violência contra as mulheres. O Dia Internacional é assinalado todos os anos e para Graça Rojão, coordenadora da CooLabora, os números atuais “são muito preocupantes e exigem que todas as pessoas se levantem sobretudo hoje, mas durante todo o quotidiano e denunciem a violência”, dando o seu contributo para terminar o “atentado aos direitos humanos que persiste na sociedade portuguesa e europeia”.
Graça Rojão deu conta de que uma em cada três mulheres ao longo da sua vida adulta sofre de violência, tendo sido registadas, em Portugal, mais de 30 mil denúncias por violência doméstica em 2022. A coordenadora considera que “há mais denúncias”, o que significa “um processo de transformação social”.
“Aquela atitude de cada uma tem que carregar a sua cruz ao longo da vida está a mudar e as pessoas recusam uma vida com violência portanto procuram cada vez mais denunciar esse tipo de situações e denunciar e isso pode ter um reflexo significativo nos números”, avança a co-fundadora da associação de intervenção social, adiantando que “a maior parte das vítimas chegam encaminhadas por instituições” como as forças de segurança ou o Centro Hospitalar Cova da Beira. Duas das 26 entidades locais que este ano se mobilizaram para assinalar o dia contra a violência sobre as mulheres.
O Centro de Ativ’Idades (CAI) da Covilhã foi outra organização que se associou, pelos números de violência a que também Dina Correia tem assistido.
“Infelizmente o nosso publico maioritário é feminino, no CAI, e ao que temos assistido neste momento não é violência de cônjuges, mas sim de filhos para com as mães e não podemos deixar de assinalar estes dias, e a CooLabora tem colaborado nesse sentido, bem como a PSP”, salienta a assistente do CAI.
Dos idosos aos mais jovens, o coletivo “Covilhã a Marchar” também se associou à causa.
“A partir do momento em que temos mulheres mais jovens a viver violência no namoro, percebemos que, apesar de estarmos no século XXI, termos um conjunto de redes sociais em que temos informação, a mensagem não está a passar e há muitos valores na sociedade pelos quais os jovens têm que continuar a lutar e a sair à rua, porque também eles são o futuro”, afirmou à RCB Catarina Taborda do coletivo covilhanense.
Uma mobilização “encorajadora” para a CooLabora que viu este sábado, mais de vinte entidades e dezenas de cidadãos comuns a manifestarem-se de várias formas contra a violência exercida de diferentes maneiras sobre as mulheres.