Cerca de 90 associações do concelho da Covilhã participaram no passado sábado, 14 de outubro, no terceiro Fórum do Associativismo. O evento realizou-se em simultâneo em três auditórios da Faculdade de Ciências da Saúde, adotando um novo formato com painéis distribuídos por temáticas distintas e fez parte do programa comemorativo do 153º aniversário de elevação da Covilhã a cidade.
A sessão de encerramento foi conduzida pelo vereador do pelouro do Associativismo/Desporto, José Miguel Oliveira, que fez um balanço muito positivo da iniciativa e disse sentir-se “muito orgulhoso” com aquilo que aconteceu durante todo o dia e pelas “belíssimas intervenções dos oradores convidados, e pela participação de todos os dirigentes das colectividades e associações do concelho”, disse o autarca.
Sobre o apoio que o Município tem dado ao associativismo, José Miguel Oliveira, revelou que, nos últimos cinco anos, o valor global superou os três milhões de euros. Com esta actividade, o Município da Covilhã, permitiu aos presentes, uma reflexão conjunta sobre o associativismo, na qual se constituiu como uma ferramenta de apoio para as associações e coletividades do concelho.
Dos últimos cinco anos, o vereador covilhanense, pela negativa, destaca dois pontos menos positivos.
“No que diz respeito às taxas de execução, isto é. Vocês, associações concorrem ao apoio camarário, a Câmara atribuiu o protocolo, o apoio, o dinheiro, as verbas ficam disponíveis, e vocês têm que entregar documentos de despesas. Considera-se o contrato totalmente executado a partir do momento em que vocês gastem toda a verba pedida para aquilo a que se candidataram. No entanto, estamos a reduzir as taxas de execução e isso não me agrada, sou sincero. As verbas estão disponíveis, mas os clubes não as gastam e já foram atribuídas. Com dados de 2023, apenas temos 43% de execução nas actividades previstas, 52% nos equipamentos e 80% nas supraconcelhias. Temos de mudar este paradigma, meus amigos”, afirmou o autarca.
Quanto ao Portal do Associativismo, tendo em vista a divulgação das iniciativas e serviço de agenda, “a ideia foi boa, é boa, mas não correu bem, tal como gostaríamos que corresse. Houve pouca participação, e possivelmente, até pode fechar portas”, acrescentou JM Oliveira.
Relativamente ao futuro, o vereador do município disse que pode haver em breve uma revisão no tipo de apoios a dar às colectividades e associações, a outros tipos de actividade, cultural, desportiva, social ou outras, de colectividades que estão a emergir nesta altura na cidade e concelho. Por outro lado, gostaria que os dirigentes pensassem em tentar profissionalizar pessoas na organização de eventos anuais e deixassem de se realizar, caso os dirigentes sejam substituídos em actos eleitorais. É importante que as actividades não terminem, independentemente de quem dirige os clubes.
Elaborar um regulamento de apoio ao dirigente associativo, para terem benefícios, criar um cartão municipal do dirigente associativo e abrir um concurso de ideias para a criação de um monumento de homenagem ao dirigente associativo ou ao associativismo “faz sentido num concelho como o nosso, onde temos cerca de 250 associações no concelho, onde 171 estão registadas oficialmente no município” diz José Miguel Oliveira.
Para além disso, pensamos criar também um cartão municipal do dirigente associativo. No que diz respeito à legalização das sedes sociais, nesta altura, já estão legalizadas 13/14, mas há muitas outras à espera.
“A Câmara estará a andar ao vosso lado, apoia-vos, mas há uma coisa que poderemos fazer é andar com vocês ao colo e fazer o vosso trabalho. Podemos andar lado a lado, ajudar a organizar os processos para legalizar as sedes, mas nós sozinhos, não”, referiu o vereador do associativismo em jeito de alerta e aviso aos dirigentes das associações.
Nota final, José Miguel Oliveira rematou dizendo que este fórum do associativismo “foi um sucesso, um êxito, valeu a pena e penso que estamos todos no bom caminho e desejo a continuação de bom trabalho a todos, felicito-vos a todos e acredito que com esta iniciativa a realização dos fóruns, e o regulamento criado, são de facto uma mais valia para todos nós, autarcas e dirigentes.
As comemorações dos 153 anos de elevação da Covilhã a cidade, não podiam ser realizadas sem a participação das colectividades, associações e clubes do concelho, para festejar o associativismo”, disse o autarca covilhanense.
Recorde-se que o prazo de candidaturas ao apoio da Câmara Municipal da Covilhã às associações para 2024 (cerca de 400 mil euros), termina no final do mês de novembro.