Segundo João Redondo, a proximidade, a visão comunitária, a descentralização e a articulação com os Cuidados de Saúde Primários são, no essencial, as mudanças que este Plano traz aos Cuidados de Saúde Mental.
“O que vai mudar nos Cuidados de Saúde Mental é estarem próximos das pessoas, a ideia de uma visão comunitária, daí estas Equipas Comunitárias que estão a ser criadas.”
As Equipas Comunitárias são equipas multidisciplinares, afetas a um determinado território, com um terapeuta de referência que é “a porta de entrada” do utente na rede de Cuidados de Saúde Mental.
Esta proximidade é fundamental, “quer numa perspetiva de saúde pública, para a prevenção, quer numa prestação mais próxima em termos de tempo e em termos de espaço em relação à acessibilidade da pessoa.”
No fundo, explica João Redondo, é uma “nova narrativa e uma nova forma de pensar à volta das coisas, se eu trabalhar mais próximo do que se passa lá fora, vou ter menos gente a procurar o hospital”.
Na região, são propostas três equipas multidisciplinares, na Covilhã, no Fundão e em Belmonte.
A sua articulação com os Cuidados de Saúde Primários é essencial, na medida em que permite uma triagem mais precoce, “as doenças não atingem a gravidade que por vezes podem atingir se não houver estes filtros.”
As equipas são autónomas e financiadas, mas a ideia é garantir a sua sustentabilidade. Um plano que garante também a coesão territorial dos Cuidados de Saúde Mental.
“Olhar a região Centro de forma transversal, o interior tem o direito que tem a periferia.” Acrescenta o diretor regional do Plano Regional de Cuidados de Saúde Mental para 2023/2024. Um horizonte temporal que foi assim escolhido “para o irmos anualmente ajustando às necessidades.”
O Plano prevê ainda a criação de Conselhos Locais de Saúde Mental, constituídos por representantes de várias instituições da região que abrange.