O jornalista admitiu que ficou “assustado” com o convite que o iria obrigar a ler 300 páginas de um livro estruturado, de Direito, “alergia própria dos jornalistas, que são assim um bocado pela rama”, confessou no seu tom franco. Mas, a leitura surpreendeu-o, “é simples, eu comecei a ler e em três dias li o livro todo. Ele lê-se como um romance e lê-se como um romance de suspense, ainda por cima, ou seja, nós estamos sempre com vontade de ir mais longe para saber o que aconteceu.”
Sobre o autor, José Manuel Barata-Feyo não tem dúvidas do lugar que Daniel Proença de Carvalho tem reservado na história.
“Pela coragem com que defendeu as suas convicções e pela sua coerência, tenho por ele uma enorme admiração e tenho também a certeza que ele tem, incontestavelmente, um lugar reservado na história da advocacia e do pensamento político do Séc. XX em Portugal.”
O livro é um fruto da Pandemia e resultou do tempo em que Daniel Proença de Carvalho esteve “refugiado no Alentejo”. Quanto ao objetivo, “não foi, propriamente, fazer doutrina ou fazer teoria política, nem sobre comunicação social nem sobre justiça. Fundamentalmente, o meu objetivo foi contar experiências que vivi e se dessas experiências alguém tiver qualquer conclusão a tirar, pois tira-la, mas a minha ideia foi apenas contar essas experiências nos três campos onde atuei na minha vida: na política, na comunicação social e principalmente na justiça.”
Daniel Proença de Carvalho aproveitou o momento dos agradecimentos aos presentes para deixar claro os seus sentimentos em relação à Soalheira.
“Tenho orgulho em ter nascido nesta terra, em ter aqui as minhas raízes e não posso deixar de estar mais grato a todos vós, na pessoa do presidente da junta, por me ter dado a oportunidade de voltar aqui a esta sala e viver este momento convosco.” Uma sala que, quis o destino, foi a mesma onde a mãe de Daniel Proença de Carvalho, que recordou com emoção, deu aulas.