Uma empresa de produção de canábis localizada no concelho do Fundão, está a ser investigada pela Polícia Judiciária no âmbito da operação “Erva Daninha”. Uma megaoperação nacional que envolve suspeitas de tráfico internacional de canábis.
A operação, conduzida pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ, arrancou esta terça-feira e está em curso em vários pontos do país, incluindo Lisboa, Porto, Évora, Bragança, Minho e Fundão, bem como em Espanha, Bulgária e Chipre.
No total, estão a ser cumpridos 64 mandados de busca, com o envolvimento de 300 operacionais, incluindo inspetores, peritos, seguranças, magistrados do Ministério Público e juízes. Até ao momento, foram detidas quatro pessoas.
De acordo com o comunicado da Polícia Judiciária, a operação decorre no seguimento de uma investigação iniciada em 2022, no contexto da cooperação internacional com a Polícia Nacional espanhola.
As autoridades suspeitam que a organização criminosa se aproveitava de falhas no sistema de fiscalização da canábis medicinal em Portugal para desviar produto com teores de THC acima dos níveis permitidos, fazendo-o passar por canábis para fins terapêuticos. A droga seria, depois, enviada para o centro da Europa, onde entrava no circuito do tráfico ilegal.
A Canna Forest, confirmada pela RTP como uma das empresas visadas, tem a sua unidade industrial junto à Ribeira da Meimoa, em Alcaria, e está a ser alvo de buscas. Neste caso, as buscas passam pela procura de documentação que possa comprovar práticas de branqueamento de capitais. Também a sede da Canna Forest, na cidade do Fundão, foi alvo de diligências, avança a televisão pública.
As investigações prosseguem ao longo do dia.