Foi a exigência deixada por Armindo Jacinto, no encontro que assinalou o Dia Europeu da Agricultura Biológica, no passado dia 29 de setembro, em Idanha-a-Nova. O edil defende que a Europa deve proibir o uso de fitofármacos na agricultura e financiar ecossistemas sustentáveis, como é exemplo os 81 produtores e os “quase 18 mil hectares em modo de produção biológico” naquele concelho.
No encontro que reuniu centenas de participantes de todo o país, incluindo representantes do Governo, na Herdade do Couto da Várzea, o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova destacou o trabalho do município e da comunidade no âmbito da criação da primeira Bio-Região portuguesa, que recentemente ganhou o prémio de Melhor Bio-Região da Europa.
Citado num comunicado enviado à RCB, Armindo Jacinto falou da criação das bio-cantinas e hortas pedagógicas, bem como na captação de investimento de centros de conhecimento e investigação e da construção de infraestruturas e projetos de apoio aos produtores e transformadores daquele concelho, onde já estão “81 produtores biológicos e quase 18 mil hectares em modo de produção biológico”.
O autarca enalteceu os empresários que adotam “boas práticas agrícolas, de transformação e de serviços, amigas da nossa saúde e do planeta”, e defendeu que “a Europa tem que dar o exemplo e remunerar estes serviços de ecossistemas e penalizar quem não faz bem”.
Para Armindo Jacinto, a “Europa tem que proibir o uso de fitofármacos na agricultura e na transformação, como o glifosato, que a Organização Mundial da Saúde considera ser carcinógeno e nocivo para o ambiente. Tem que financiar mais estes serviços de ecossistemas para combater o êxodo rural. Com programas como o LEADER, mais próximos dos cidadãos, da microeconomia, das pequenas e médias empresas e da ruralidade”, concluiu na sua intervenção.
Recorde-se que em setembro deste ano foi publicado um estudo da Pesticide Action Network e do Grupo dos Verdes/ Aliança Livre Europeia que apontava a Herdade da Fonte Insonsa, em Idanha-a-Nova, como um dos locais com maior concentração de glifosato em Portugal.
O mesmo estudo recomendava a não-renovação da licença de comercialização de glifosato na União Europeia e o fim gradual do uso de produtos à base desta substância.
O encontro do Dia Europeu da Agricultura Biológica, organizado pela Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural em conjunto com a DRAPC e da AGROBIO, serviu para comungar vontades “em torno da construção de uma agricultura e de um mundo melhores, mais sustentáveis e amigos da saúde e do planeta”