Na primeira vez que visitou o Alcaide, na qualidade de presidente da Câmara do Fundão, Miguel Gavinhos comprometeu-se com o futuro do Festival e deixou o ponto de situação dos dois projetos que irão ligar o cogumelo, em permanência, àquela aldeia do concelho do Fundão.
O primeiro, é a criação de um centro interpretativo do cogumelo, numa fase avançada de concretização, “já está em fase de especialidade a construção deste projeto”, que ficará instalado num local já acordado com os proprietários, “fizemos um acordo com a família detentora do espaço para, nos próximos 30 anos, podermos entregar este espaço à população, mas também àquilo que é a valorização do património que hoje o Alcaide tem.”
O segundo projeto é a criação, no Alcaide, da primeira reserva micológica do país, cujo regulamento está em fase de conclusão para ser aprovado pelos órgãos municipais. São 30 hectares “que serão cedidos através dos baldios que são geridos pela junta de freguesia. Terá duas zonas distintas, mas terá uma vocação muito orientada para a investigação, para a ciência, para a educação, mas também para o turismo.”
Alfredo Laranjinha, da Liga dos Amigos do Alcaide, a entidade organizadora do evento, também olha para o futuro com ambição.
“Temos vindo a trabalhar para podermos atingir um cada vez maior nível de realização que nos possa conduzir a uma determinada autonomia financeira. Sabemos que graças ao Festival muitos negócios prosperam o que, infelizmente, ainda não acontece com a LAA, principal responsável pela organização. Temos a certeza que quando chegarmos a esse patamar será possível a criação de empregos que ajudem a fixar os jovens do Alcaide à sua terra Natal.”
A sopa de cogumelos e o arroz de míscaros com enchidos, encerrou a primeira manhã do Festival que se prolonga até domingo.
Com 60 espaços espalhados pela aldeia, entre tasquinhas e venda de produtos locais e artesanato, o Alcaide, por estes dias, celebra o cogumelo, na gastronomia, onde é o ingrediente principal, e vai ser confeccionado por 14 Chefs de renome, e na decoração dos espaços da aldeia, que dedica uma das paredes da rua principal a sete espécies das mais de 22 mil que se estima, existam em todo o mundo, e das mais de 500 já identificadas na Serra da Gardunha.
Este “mistério em forma de fungo”, como é chamado numa das várias placas que vão orientando o visitante, também se vai juntar ao chocolate, num inesperado encontro que vai ser apresentado na próxima sexta-feira. Dia em que serão também conhecidos, o melhor prato de cogumelos do festival e o espaço mais criativo.
O almoço de domingo é a tradicional arrozada de míscaros, cuja receita reverte a favor dos Bombeiros Voluntários do Fundão, a causa solidária do Festival, este ano, que escolheu como tema a proteção da floresta.
Haverá vária palestras sobre a temática no decorrer do Festival que já pode ser visitado a partir de hoje e até domingo. São esperados milhares de visitantes de todos os pontos do país e não só, que procuram no Alcaide este fungo que “nasce no chão e encanta”.














