O município do Fundão quer criar “uma das maiores interfaces do país” de transferência de tecnologia, em particular na área de chips. A candidatura deve avançar nos próximos meses.
O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara Municipal do Fundão, na sessão de abertura do primeiro Encontro Ciência e Inovação da UBI.
Paulo Fernandes divulgou que é intenção do município criar um interface que se posicione na “inteligência artificial, o 5G, as questões de segurança, mas também dos chips”.
“Nós vamos candidatar o projeto nestes próximos meses, estamos à espera do primeiro aviso em termos do programa regional, para criar uma das maiores interfaces do país em termos de transferência de tecnologia na área de chips, onde também tem outras vertentes, mas os chips é um posicionamento que vamos ter, dado a tendência que existe e até pelo programa gigante europeu que existe para fugirmos à dependência que temos a nível global desta mesma área”, explicou o edil.
Paulo Fernandes explica que se trata de “laboratórios com ligação direta às empresas quer na componente da indústria quer do desenvolvimento de software” e que podem “aqui ter uma grande oportunidade e uma oportunidade também para a área de investigação sobretudo em todas as áreas que tenham ligações com componentes industriais, materiais, que é muito transversal” a uma universidade como a UBI.
Na abertura do encontro de ciência e inovação, o autarca deu ainda conta de que o município, no âmbito do PRR, concorreu aos Programas Mobilizadores, projetos estratégicos de Investigação e Desenvolvimento que visam a criação de novos produtos, processos ou serviços com conteúdo tecnológico.
Já “foram aprovados alguns”, mas Paulo Fernandes destaca três. Um na área da biotecnologia de plantas, ligado à componente mais florestal; outro na área do blockchain, onde o município se insere “pela via da rastreabilidade de produtos e serviço de ecossistema, por exemplo rastreabilidade na perspetiva do mercado de carbono ou qualquer tipo de produto”; e outro ligado a viaturas não tripuladas, “um dos maiores mobilizadores aprovados do PRR”, diz o presidente, onde vai ser criado um centro de demonstração e teste para veículos não tripulados. “Aí também pode haver mais aspetos com as questões da informática onde podemos colaborar e onde estarão oportunidades associadas”, refere.
Projetos que, “dada a dimensão” pode “significar caminhos interessantes” do ponto de vista de investigação, afirmou Paulo Fernandes no encontro que visa mostrar o que de melhor se faz na UBI, a nível científico.