70% dos migrantes que chegam ao Fundão fixam-se no concelho, contribuindo para uma dinâmica económica e social em setores chave como a indústria, a agricultura, a ação social, o turismo e a construção civil. Mesmo assim, a taxa de desemprego no concelho do Fundão é de apenas 6%.
“Dos programas que acompanhamos, mais de 70% das pessoas que chegam ao Fundão permanecem no Fundão ou na nossa região, o que é importante porque significa que estão a criar valor económico e social em setores que dependem muitíssimo da migração”. Ainda assim, a taxa de desemprego é de 6% “que está quase no limiar do pleno emprego, o que demonstra que precisamos da força migrante para continuar a criar riqueza”.
Segundo Paulo Fernandes, o concelho do Fundão terá cerca de 3.500 migrantes, “de forma fixa, acreditamos que sejam 2.000 pessoas cuja situação está totalmente ou em estado avançado de regularização.”
Os restantes enquadram-se nos trabalhadores temporários que chegam, sobretudo, com o calendário agrícola, e que são acompanhados pelo Centro de Acolhimento Temporário, “dependendo dos anos, podemos ter cerca de mil pessoas temporárias, sobretudo, na área agrícola”.
Os restantes “são pessoas que vão chegando, sobretudo, dos países de língua oficial portuguesa, principalmente do Brasil, e que nós não temos o número certo, são pessoas que veem ao abrigo dos protocolos que existem com os Países de Língua Oficial Portuguesa, que veem muitas vezes a testar o mercado, à procura de novas condições de vida, e para essas pessoas não temos um número certo, acreditamos que sejam uma 500 a 600 e que possam flutuar”.
Feitas as contas, o presidente da Câmara do Fundão aponta para a existência de 3.500 pessoas, de 77 nacionalidades, no concelho do Fundão, “sendo que de forma fixa acreditamos que sejam cerca de duas mil.”
Paulo Fernandes falava à RCB, no final da sessão de abertura do INVOLVIM, o primeiro Exchanche of Experience Event que decorre durante dois dias no Fundão. Trata-se de uma rede europeia concentrada nas respostas para migrantes que chegam aos países da União Europeia sem qualquer tipo de apoio, proteção ou asilo e para os quais é necessário encontra respostas imediatas e de cariz mais humanitário.