Combater o isolamento, apoiar e informar as mulheres em situação de monoparentalidade, é o objetivo dos Grupos VELEDA, que reúnem regularmente na Covilhã, Belmonte e também no Fundão, como foi o caso desta quinta-feira, 13 de junho, no Parque do Convento. Os grupos de apoio e partilha fazem parte do projeto da Beira Serra VELEDA – Mulheres em Rede, que visa contrariar as desigualdades associadas às mães monoparentais.
Distinguido com o Prémio Solidário 2023 do BPI e Fundação La Caixa, o VELEDA – Mulheres em Rede “surge na sequência de um projeto artístico e social” de três anos, o VELEDA – Mulheres e Monoparentalidade, explica a responsável Marisa Marques.
Agora, com menos tempo de intervenção, o “VELEDA – Mulheres em Rede” procura dar resposta à “questão social, muito centrada nos grupos VELEDA”, uma atividade que já existia no outro projeto e que, por ser apanhado no meio da pandemia, ficou “menos consistente”.
Marisa Marques adianta que neste VELEDA, procurou-se “sedimentar estes grupos de redes de apoio entre mulheres monoparentais”.
Trata-se de espaços de partilha e entreajuda onde qualquer mãe monoparental é bem-vinda para discutir necessidades, trocar experiências e encontrar soluções coletivas para os desafios que enfrentam.
“As sessões são preparadas consoante os interesses que surgem no grupo. Na Covilhã, já fizemos uma sessão sobre autocuidado e sobre o tempo que nos dedicamos, temos também prevista uma sessão sobre questões jurídicas. Será também de encontro às necessidades e o que o grupo possa dizer, e por isso vai sendo construído com o grupo e para aquilo que as pessoas procuram”, avança Marisa Marques.
Destas reuniões podem depois surgir carências, capazes de serem colmatadas com outras formas de apoio do projeto VELEDA.
A responsável do projeto deixa o exemplo das questões do emprego, de dar formação nas empresas sobre a questão da monoparentalidade, estando até prevista para outubro uma formação em outubro dirigida aos recursos humanos das empresas da região.
Mas do projeto também faz parte “um guia da monoparentalidade com respostas curtas que pudesse estar disponível em todos os espaços estratégicos como a segurança social, balcão único, e com respostas muito curtas e práticas sobre questões jurídicas, de apoio à família, questões também do emprego; as oficinas em casa, que é uma ação de bricolage que serve para fazer melhorias em casa mas também para formação, as mulheres vão aprender e para a próxima fazem elas”.
Além destas, existem ainda outras respostas como as “mães canguru”, um sistema de guarda dos filhos entre as mulheres do grupo, sempre que necessário; ou ainda os “Espaços Porta Aberta”, que fazem um atendimento individualizado que encaminhe para a resolução de situações concretas.
O projeto é desenvolvido em parceria com várias entidades, entre elas os municípios da Cova da Beira, a Universidade da Beira Interior e a Ordem dos Advogados. Uma colaboração que, de acordo com Marisa Marques, permite reforçar a intervenção do VELEDA.
“Existe aqui, para além da entreajuda entre as mulheres, também temos o reforço das entidades que podem apoiar com mais investimento, com coisas muito concretas que melhorem a vida das pessoas. Por exemplo, na questão da habitação, é mais fácil quando existe investimento público, existe habitação municipal, como é o caso da Covilhã, onde já aconteceu podermos fazer este reforço e a pessoa poder ter casa. É procurar entre todas, entre mulheres e entre entidades, procurar dar resposta a coisas muito práticas outras que tenham mais a ver até com a criação de um grupo e de partilha”, aponta.
Grupo de partilha que, no Fundão, reuniu esta quinta-feira, 13 de junho, no Parque do Convento, com menos de dez mulheres monoparentais. O objetivo é alargar aquela rede de apoio que, na Covilhã, por exemplo, já conta, em média, com uma dezena de mães por sessão.
A próxima reunião de mulheres VELEDA no Fundão está marcada para 18 de julho, às 17h30, desta vez no Jardim das Tílias.