A Festa das Luzes em Belmonte vai no seu segundo dia, e continua a unir a comunidade judaica e a população local numa celebração cheia de simbolismo, mas também de cultura, com várias atividades dirigidas a todo o público. A celebração, que decorre até 2 de janeiro, tem vindo a despertar cada vez mais interesse para além do seu público habitual.
A “Festa das Luzes”, que é no fundo a celebração do Hanukah, é uma das mais importantes tradições judaicas, comemorada em todo o mundo para recordar a recuperação de um templo em que se celebravam algumas das tradições mais sagradas, explica o presidente da comunidade judaica de Belmonte, revelando quais os costumes dos judeus locais nestes dias de festa.
“Nós, na comunidade, temos só o acendimento das velas e a oração Minchá Arvit Shacharit – oração da manhã, da tarde e da noite. Mas a mitzvah não é acendermos as velas na sinagoga, a mitzvah é acendermos em casa e demonstrando ao mundo, neste caso como estamos em Belmonte, demonstrando à sociedade envolvente que a luz, a chama da vela de Hanukkah, mantém-se viva e o milagre que foi da festa de Hanukkah, da destruição do templo, do azeite durar só para um dia, o azeite puro, e esse mesmo azeite durou para oito dias”.
Por isso, explica o representante da comunidade, “vamos acender as velas de Hanukkah os oito dias”.
Hoje, 26 de dezembro, foi acesa a segunda vela no Castelo de Belmonte, onde foi também inaugurada a instalação “Ponto de Luz”, uma metáfora sobre a necessidade de se continuar a ter esperança nos momentos mais sombrios”.
Esta é apenas uma das atividades preparadas pelo município para integrar a comunidade local nas celebrações. O que, de acordo com o presidente tem dado resultado.
“Acho que cada vez se sente mais, que a restante comunidade não judaica também está a apreciar cada vez mais tudo o que diz respeito ao Hanukkah, e ao que ele representa, que é uma história muito bonita”, refere António Dias Rocha.
O edil avançou ainda que ao longo dos próximos dias vão ser promovidas outras atividades culturais, como um ciclo de música clássica, um teatro de sombras, uma visita ao Museu Judaico e ainda uma caminhada de cinco quilómetros para encerrar a celebração das luzes.
Hoje, também foi apresentado o livro “Breve História dos Judeus em Portugal”, de Jorge Martins, no Museu Judaico da vila.