Nasceu em Penamacor, em 1948, junto ao poço de Nossa Senhora do Incenso, estudou na escola da vila e foi ali que fez os primeiros amigos, considera-se de Penamacor e acha que não merecia tal distinção. Foram as palavras de Armando Martins, na hora de receber a medalha de mérito municipal, pelo seu percurso de sucesso e origens em Penamacor onde detém o edifício da Estalagem Vila Rica, cujo destino ainda não sabe qual será.
Licenciou-se em Engenharia Mecânica, partiu para o Brasil no final da década de 70 de onde regressou, nos anos 80, iniciando em Portugal “um percurso de sucesso no setor imobiliário”, com a criação de várias empresas. Nos anos 90 constituiu o grupo Fibeira do qual é hoje o presidente honorário, possui uma das melhores coleções de arte que constitui o espólio do Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, com 600 obras de arte desde o final do século XIX à atualidade, “foi este contributo que pretendi dar ao nosso país, se Penamacor se acha honrada por isso, fico muito contente por isso, acho que não mereço tal”.
O Museu está instalado do Palácio Condes da Ribeira Grande, que recuperou, e onde abriu também, esta semana, um hotel de 5 estrelas, “abrimos o Museu a 22 de março passado, esta semana abrimos o hotel, e a loja também está aberta, aos poucos estamos a por todo o processo em curso”.
De Penamacor recordou a infância, a escola, os fornos a lenha do pai, e seu nascimento, junto ao poço de Nossa Senhora do Incenso, “a minha mãe andava com um rancho de mondadeiras e quando sentiu essa necessidade passou para o outro lado do muro e foi ai que eu nasci, fiz a escola em Penamacor e foi aqui que fiz os meus amigos primeiros, e, portanto, considero-me aqui de Penamacor.”
Proprietário da Estalagem Vila Rica, Armando Martins ainda não sabe que destino vai dar ao edifício, à entrada da vila “a estalagem, infelizmente, está fechada há alguns anos e neste momento não sei que destino vou dar à estalagem, mas, enfim é um património que temos aqui”.
Na sua última cerimónia de comemoração do dia do concelho, António Beites falou do futuro e dos desafios que se colocam a Penamacor com as oportunidades que se criaram, quer por via da pandemia, que criou “um novo paradigma” com o regresso da população flutuante e o teletrabalho, quer pela procura do território por parte de cidadãos estrangeiros, “o grande desafio que temos é conseguir criar as condições para que estas oportunidades se tornem reais para o território, para as pessoas, para as famílias para que se sintam bem neste território, que valorizem este território porque temos condições maravilhosas, em termos de património, natureza e ambiente.”
Com 816 anos de história, Penamacor pode revisitar o seu passado e as suas memórias “através do património que hoje temos edificado no concelho, particularmente em Penamacor, temos monumentos fabulosos no nosso concelho, toda a nossa zona histórica patenteia um legado de todos estes séculos de história e de memória de Penamacor.”
Data de 1209 primeiro foral de Penamacor, atribuído por D. Sancho I, há 816 anos, confirmado por D. Afonso II, em 1217 e reforçado em 1510 por D. Manuel. É a data do último foral que Penamacor celebra, desde 2003, no primeiro dia de junho e que, este ano, antecipou por coincidir com a romaria de Nossa Senhora da Quebrada.