O Município de Idanha-a-Nova emitiu um parecer formalmente desfavorável à implementação da central solar fotovoltaica “Sophia” e respectivas linhas de muito alta tensão, na sequência da análise técnica realizada no âmbito do processo de avaliação de impacte ambiental realizado pela agência Portuguesa do ambiente.
Em comunicado, o município recorda que foi o primeiro a apresentar uma posição pública relativamente à eventual instalação de centrais solares fotovoltaicas, tendo reunido no dia 12 de novembro com a empresa promotora. Uma reunião que teve como objectivo “envolver todo o executivo municipal e as juntas de freguesia na discussão do projecto”. Também por iniciativa da câmara municipal, a empresa promotora reuniu com as juntas de freguesia de Medelim, Aldeia de Santa Margarida e Proença-a-Velha, no âmbito do processo de informação e auscultação das populações e autarquias locais.
A decisão do parecer desfavorável fundamenta-se “na incompatibilidade do projecto com os valores ambientais, culturais, paisagísticos e socioeconómicos que caracterizam o concelho e que sustentam o seu modelo de desenvolvimento” entre os quais se destacam “a conversão de centenas de hectares de solos agrícolas, e florestais inviabilizando actividades produtivas essenciais e comprometendo a resiliência do território; o abate previsto de mais de 1.500 sobreiros e azinheiras, espécies protegidas por lei; um impacto paisagístico severo” e ainda “uma contradição com compromissos nacionais e internacionais que distinguem Idanha-a-Nova como o geoparque Naturtejo, a reserva da biosfera, cidade criativa da música que integra a rede Unesco e a designação de primeira Bio-Região portuguesa”.
Para o município de Idanha “este projecto, nos moldes em que foi apresentado, não serve o interesse público nem garante a salvaguarda do património natural e cultural que constitui um ativo estratégico do concelho”, sublinhando que para além das juntas de freguesia foram também auscultadas “posições expressas individualmente por vários cidadãos do concelho, organizações não governamentais e movimentos populares”, garantindo a autarquia que vai “continuar a defender de forma intransigente o seu território, a sua identidade e o bem-estar das suas populações”.














