Desde o início do ano que Portugal já registou 6 mil 85 incêndios rurais e mais de 27 mil hectares de área ardida. De acordo com o Instituo de Conservação da Natureza e das Florestas, os incêndios de Odemira e Castelo Branco representam mais de metade dessa área.
O mais recente relatório anual do ICNF, que já inclui a primeira quinzena de agosto, mostra que, em conjunto, os incêndios de Odemira e Castelo Branco representam 50,55% do total de área ardida até agora.
A ocorrência de Castelo Branco, que começou na freguesia de Sarzedas no início de agosto, e depois lavrou para o concelho de Proença-a-Nova, é o segundo maior incêndio registado este ano, com 6 mil 553 hectares de área ardida.
Este ano, já arderam em Portugal 27 mil 802 hectares num total de 6 mil 85 incêndios. Só nesta primeira quinzena de agosto deflagraram 1013 fogos, totalizando mais de 17 mil hectares, 62% do total deste ano.
No mesmo relatório, o Instituto de Conservação da Natureza dá ainda conta de que foram investigados 4 mil 604 incêndios rurais, permitindo atribuir causa a 3 mil 291. Entre as principais, destacam-se os incendiários e o uso de fogo.
O incendiarismo, ou seja, o fogo provocado por indivíduos inimputáveis, representa as causas de 22% dos fogos. Já o uso do fogo (referente a queimas, queimadas e fogueiras) representam 48% do total das causas apuradas.
Recorde-se que não é permitida a realização destas práticas na altura mais crítica, entre 1 de julho e 30 de setembro. No entanto, o número de pedidos de licença para a realização de queimas e queimadas tem vindo a aumentar.
Até esta quinta-feira, 17 de agosto, foram solicitadas mais de 768 mil licenças, 74% do total de pedidos do ano passado, sendo que apenas 8% das autorizações foram rejeitadas.
O ministro da Administração Interna já alertou para a necessidade de evitar o uso do fogo “seja para uso doméstico, agrícola, florestal, seja no uso de máquinas agrícolas ou florestais”, tendo em conta que “entre o dia 20 e 25 de agosto”, o país volta a enfrentar temperaturas “muito quentes e momentos de seca extrema”, agravando-se assim o risco de incêndio.